quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016





                               
                                   HORAS DECISIVAS

 
 

DIA 28, DE FEVEREIRO, DOMINGO, FESTA DE ENTREGA DO OSCAR 2016   

HORAS DECISIVAS NÃO TEVE NENHUMA INDICAÇÃO, MAS GOSTEI MUITO, COMENTO SOBRE ELE. DOS TRÊS OUTROS COMENTÁRIOS, DOIS SÃO  CONCORRENTES: O QUARTO DE JACK E O FILHO DE SAUL. QUANTO AO FILME  AS SUFRAGISTAS, LEIAM MEU COMENTÁRI E DEDUZAM.  

         Filmado pelos estudos Disney em 2015, Horas Decisivas é baseado numa história verídica, trata de um naufrágio acontecido em 1952, em que a espantosa força da natureza tem a contrapartida da capacidade humana para vencer desafios. O amor serve de pano de fundo para o filme dirigido por Graig Gillespie. O casal protagonista inicia um romance, que parecia sem futuro, mas a relação prospera, e a moça decide fazer o pedido de casamento ao namorado, enquanto dançam romanticamente numa festa. O rapaz hesita diante do inusitado pedido, que foge as normas estabelecidas, que era o homem tomar a inciativa de fazer o pedido. Mas ele aceita casar, já que mantêm um relacionamento, mais que namoro. É um capitão na Guarda Costeira  e acha por bem pedir permissão do comandante para casar, recebendo, à guisa de resposta, a perigosa incumbência de salvar as pessoas que estão em um petroleiro à deriva no mar, colhido por uma tempestade. Incumbência aceita por Pine, que deve mostrar que estar preparado para assumir responsabilidades, disposto a resolver os desafios  da vida, um grande teste.

            A dignidade da obediência, a capacidade de assumir responsabilidades que o capitão Chris Pine demonstra e sai com sua pequena "lancha de salvamento", e mais dois tripulantes. Em alto mar a coisa não é nada fácil, momentos cruciais, até que cheguem ao petroleiro, ou o que restou dele, apenas uma metade, salva pelo maquinista, atuação de Casey Alffleck, que toma a direção e delibera por conta própria encalhar  num banco de areia.  Dois heróis em ação. O grande petroleiro filmado pela Disney lembra a Moby Dick, a  baleia branca da história de Herman Melville. A baleia do escritor americano representa o capitalismo, sua grandeza, à custa de muitas vidas, vítimas das ambições desabridas e das guerras. No filme, os sobrevivente do petroleiro encalhado aparecem no convés, e alguém diz ao capitão da lancha que não dá para acomodar todos. Mas a ordem é que, ou todos se salvam, ou morrem todos. Um por um os náufragos vão se acomodando como podem na pequena embarcação, que resiste bravamente, e segue viagem de volta. Mas estão sem bússola, e acabam por se perder, difícil encontrar o caminho de volta, mesmo que a tempestade tenha amainado.

          O romance da história tem a noiva que se dirige ao porto para saber notícias,  e tem de enfrentar o descaso dos homens presentes no local e o próprio Comandante que deu a ordem para o arriscado salvamento. Decide então ir até a praia, seguida por uma grande quantidade de carros, que, a seu exemplo acendem os faróis, em direção ao mar. Guiada por aquela providencial luz a lancha de salvamento encontra o caminho e chega em terra firma com todos a bordo sãos e salvos. Qualquer decisão particular, que envolva outras pessoas tem implicações que disso decorrem. Uma mulher independente e corajosa, que delibera sobre sua vida particular, e também passa a ter compromisso pessoal e social, ao lado do homem escolhido. Juntos se salvam e podem salvar outras pessoas, até náufragos em alto mar.  O filme mostra um casal moderno, homem e mulher em consonância. Mesmo que haja na trama um autoritário Comandante,  é importante não questionar a autoridade, e ter responsabilidade. Um tema que vai em direção oposta ao feminismo nas telas do cinema, cuja intenção é denegrir a imagem do homem, que  só faz menosprezar a mulher, na visão feminista.

      O filme As Sufragistas, trata do movimento feminista, quando as mulheres foram às ruas  lutar pelo direito ao voto. Mostrado na tela uma triste história, onde a crueldade masculina chega á raias da loucura, os homens vistos como uma escória. Nenhum que mereça confiança, o que não é bem a verdade. O que existe de promissor no encontro entre um homem e uma mulher, principalmente quando a força do amor une os dois gêneros, com suas diferenças, mas complementares. Homens e mulheres que enfrentaram a vida com coragem e determinação durante a Segunda Guerra, e também depois, quando nosso mundo civilizado teve que rever conceitos ultrapassados, para usufruir em paz os novos tempos. Hoje concedidos direitos iguais para ambos os sexos. Os direitos que as mulheres  reivindicaram, e ainda reivindicam, sem que se anulem os seus deveres. Ambos, homem e mulher, com direitos e deveres. Esqueçamos o feminismo, coisa ultrapassada, como as sufragistas. E aprendamos, isso sim, a votar. Acima de tudo que tenham respeito ao sexo com o qual nascemos.  

            O Quarto de Jack é um filme do irlandês Lenny Abrahamson, baseado no livro da  Emma Donoghue. Uma jovem mulher está encarcerada dentro de um cubículo, com  Jack, a criança que ela teve com seu sequestrador.  Os assistentes confusos sobre o sexo da criança, deduzindo-se que é uma menina tratada pela mãe como menino, que se deduz ser para que ela tenha menos possibilidade de sofrer abuso do pai, que aparece de vez em quando para importunar. Por seis anos  naquele martírio, até que chega a hora da refém pôr em prática um plano para se libertar, no que tem sucesso. Já livre, a mãe continua no seu plano, conforme a frase enigmática ao filho, ou filha, quando lhe diz que ela é quem decide. Menos sobre os cabelos compridos que a criança insiste em preservar. Vista como mãe estremada, mas o desfecho  da trama é polêmico, um abuso, no meu entender. Refém é como a gente também se sente no filme. Assim como em O Filho de Saul, o espectador praticamente refém dentro de um ambiente escabroso, onde os judeus eram despojados dos seus bens e forçados a entrar na câmara de gás.   Sobreviviam os que eram obrigado a trabalhar no local, e um suposto pai resolve enterrar o filho antes que seja  incinerado, saga que acompanhamos aterrorizados. Quando é por uma boa causa tudo bem!...Mas quão irritante é o discurso feminista!

           

        

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