segunda-feira, 17 de outubro de 2016






                           
       
                



           Brasília, já quase esturricada, rapidamente fica coberta de verde. Chegou a primavera e inicia o tempo das chuvas. As Ibipirunas, os Ipês e os canteiros cobertos de flores dão vida à paisagem. E diziam que até as flores eram  artificiais por aqui. Outubro é também o mês das crianças, da vida humana em floração, quando brotam os sonhos, como as flores brotam na primavera, embora haja na natureza capacidade de florescer o ano todo, e nós humanos a vida toda. Quatro são as estações do ano: primavera, verão, outono e inverno, também quatro as fases da vida: infância, juventude mocidade e velhice. No outono é quando folhas caem para que a natureza se renove. No homem que envelhece é também uma época de renovação, de deixar para trás as tristezas, as mágoas, e tudo o mais, como folhas secas que caem, para que da essência brote a paz e alegria de viver.
             
             Em certas plantas o processo da floração acontece quando dos brotos, em vez de frutos, surgem flores, admiráveis em suas formas e nuances. Alguns estudiosos apontam as magnólias como as primeiras flores que surgiram no nosso planeta, extremamente primitivas em relação às outras flores, guardando semelhanças com as flores de antigos fósseis de angiospermas. É a informação que Lenita tem na internet sobre as magnólias, e lembrou quando na infância foi cobaia de uma prima, chamada Magnólia. Pelo menos duas "magnólias" cruzaram seu caminho, que nunca chegaram a ser as melhores amigas, nem podiam. A segunda magnólia, a da mocidade, parecia a reencarnação da primeira, a algoz da infância.
               
            Pessoas há que não querem dividir, negociar, aceitar, mas impor, representam o que há de mais retrógrado. Fatal para nossos ancestrais era confiar, e até hoje perdura a desconfiança, mais em uns que em outros.  Grave erro pensar que todo mundo é inimigo, é rival, o que impede se formem as alianças, importantes para o presente, principalmente para o futuro. E tem gente que sente prazer em acuar, subestimar o próximo. Apesar dos pesares, essas pessoas, quase com poder de polícia, podem ajudar na disciplina do outro, no mínimo, atiçam o sentimento de defesa. Mas nada mais desagradável do que se sujeitar ao arbítrio do inimigo, ter sentimento de culpa, quando se é inocente.
              
            O tanto que se fala hoje, com razão, em “pertencimento” e “empoderamento”, para carregar vida afora, mais que qualquer bem material. Em especial, ter fé. É primavera lá fora, e Lenita, já no outono da vida, está sentada diante do computador, onde escreve textos para seu blog. Ela só precisa virar um pouco para gozar a admirável oferta da natureza que floresce diante de sua janela. Todas as flores com algo que as caracterizam. A rosa, considerada rainha das flores, mas que nasce entre espinhos. A rosa chá preferida da escritora, e ela pensa o quanto a vida é espinhosa, certas contingências que podem enfraquecer a pessoa. Transcreve do Facebook a frase: ”Que minha  coragem seja maior que meu medo e minha força seja tão grande quanto minha fé”.  

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