sexta-feira, 21 de abril de 2017





                            O CARNAL E O ESSENCIAL

Carnal para ter a natureza divina


A humanidade chega a um estágio em que pode perder de vez o prumo e desse modo errar o rumo. Tudo parece indefinido, nebuloso, no mundo atual, e mais que nunca se fala em autonomia do ser, o que significa seguir a vida sozinho, sem interferência. Já fomos mais independentes, também mais compromissados, respeitosos, felizes, constatação a que se chega ao observar a nova geração, cheia de novidade, a última na internet é o jogo “baleia azul”, com o qual jovens chegam ao limite do suicídio. Nunca fomos tão carentes, imediatistas, sem ideia do permanente, duradouro, constante. E livre da eternidade religiosa, sem a noção de culpa, resta a ilusão de felicidade no aqui e agora. Os pais distantes em suas conquistas e os filhos largados à própria sorte diante do computador, um mundo estranho levado para dentro de casa.  

O famoso historiador e palestrante Leandro Karnal fala que a ordem de nascimento é determinante da personalidade; se foi o primeiro, ou segundo filho. Ele também classifica as três últimas gerações de x, y, z . Elucubro então que a geração x é como o filho primogênito, que os psicólogos dizem ser o mais adaptado e fiel aos princípios, seu projeto de vida focado na família, com pai, mãe e filhos, autônomos e autoritários. Já a geração y é como o segundo filho, que tem a tendência de ser rebelde, mas clama por paz e amor. Rebeldia que não significa errar sempre, ou ser solto, descompromissado, omisso, o que diz o palestrante com toda razão. Com a geração z, essa que está aí, acho que ela tem mais liberdade e possibilidade de avançar, mas, como falei no início, erra feio, e se perde na afobação de viver um eterno consumismo.


No passado parece que havia maior compromisso com a vida,  e  menos    ressentimento, culpa, descrença. E é com o que convivemos atualmente, cheios de dúvidas, mais que de certezas, a acreditar que a existência precede a essência, como reverbera o mesmo Karnal, baseado no materialista Sartre, o que remete ao filósofo Descartes: Penso, logo existo. Já o pensamento cristão nos ensina que a existência   não é apenas carnal, ou biológica. O eterno em nós, que   desde  sempre permeia a mente, é que nos faz distinguir o carnal do essencial. Por princípio, e com todo o respeito, evitar o falso, que provém da descrença e covardia. Preservar a ideia de Deus, do Verbo encarnado, na confirmação da verdade do ser.      

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