sábado, 22 de julho de 2017





                        
                     PERDOAR E VIVER EM PAZ

       


   

         Se já fomos peludos, quem sabe nos primórdios tínhamos asas com penas, como aves? Descartes da evolução. Prefiro crer em Deus e na criação. Voar é melhor que caminhar? Sem asas, mesmo assim, os humanos não teriam do que se queixar. Seres privilegiados, possuidores da inteligência dotada de raciocínio e imaginação, com a qual podem dar altos voos, também voos rasantes. Aí está o perigo! 
        
          O que o homem não faz com sua imaginação criadora? Fez até um pássaro de metal para poder voar e se transportar a longas distâncias. Atravessar o Atlântico nesse objeto voador extraordinário, faz penar e pensar. O risco que assumimos, que medo! Mas só raramente esse bicho cai. Mesmo assim, ascender aos céus ou às profundidades, requer muito cuidado. Ícaro, filho de Dédalo com uma escrava da deusa Perséfone, construiu para si asas de cera e penas de gaivota, com as quais subiu cada vez mais alto, até que as asas se desfizeram ao calor do sol. Queda fatal no mar.
       
       Como andarilho é uma bênção ter bons calçados para os pés, confirmei mais uma vez em recente viagem. Coisas simples e fundamentais para o bem estar cuidou a imaginação humana em realizar. Podia ter ficado por aí? Mas as necessidades foram aumentando e as invenções também. Sim, só os humanos pensam, raciocinam. Mas nem sempre bem, cada vez pensam pior, e é dessa forma que pensamos e penamos hoje em dia. O pensamento ruim, que tudo desvirtua, estraga, arruína. E segue  o homem a penar, sem bem avaliar, valorar, respeitar a si mesmo e o mundo que o cerca. Se não cuidamos de nos preservar, como vamos cuidar da preservação dos outros seres vivos, ou preservar a natureza? Se as aves pensassem e falassem estariam  perguntando: Ser humano é ser louco?

       Nascer, crescer, querer, vencer é destino do homem, que não tem asas, mas como ser racional sente o desejo primordial de ser feliz. Melhor que deixe de querer de fazer maquinações e consequentemente penar. Chegou a hora da verdade, saber até aonde pode ir. Ter consciência do bem e do mal, saber dizer sim e não, pois o mundo é bom e do bem, mas o maldade não para de infectá-lo. E que se possa agradecer e louvar o bem, desprezar o mal, perdoar e viver em paz com a graças a Deus!  

        Uma historinha:

      Um ponto turístico dos mais visitado em Estocolmo é o mercado à beira do Báltico. Além da compra de lembrancinhas podem ser ali degustadas delícias da culinária local, como as famosas sardinhas. Voam gaivotas por entre as barracas, sem que se dê muita atenção a elas, livres e leves dando em seus voos rasantes. Uma delas pegou meu marido de surpresa tomando de seus dedos a sardinha que uma das vendedoras lhe dera para provar. A ave surgiu e se foi sem dar tempo de sentir-lhe o bico. Uma placa alertava: "Cuidado com as gaivotas!"









     

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