domingo, 2 de setembro de 2018



                                   
                                 "DEUS NÃO ESTÁ MORTO"
                                    -uma luz na escuridão-



CENA DO FILME




             O filme rebate a sentença de Nietzsche, que Deus estava morto. Uma antiga igreja Saint James, localizada dentro do campo universitário aparenta ter sofrido um atentado. Trata-se, todavia, de um equívoco como o espectador fica sabendo logo depois, um aluno revoltado com a namorada, que pôs fim ao namoro, é o responsável pela pichação e a vidraça quebrada no recinto sagrado. Era já noite e o pastor Dave (Dave A. R. White) vem chegando acompanhado de outro religioso, que estava ali para uma visita.  Correm os dois para pegar o infrator, e o visitante entra na igreja para tentar acender a luz, quando então ocorre um curto-circuito, dando origem ao fogo, que espalha-se rapidamente provocando sua morte. 

         A diretoria da Hadleigh University trata o acidente com um atentado, que teria ocorrido porque havia insatisfação com a presença da igreja no local. Em reunião fica decidido que o incidente é a grande oportunidade para tomarem de volta o terreno e em seu lugar construírem um centro estudantil.  Acontece que a igreja está no local bem antes da universidade, construída pela família do pastor, que pretende reformar o prédio e não aceita proposta alguma para a venda daquele espaço considerado sagrado, por sua fé e por seus devotos pais. Resolve recorrer ao irmão advogado, que vem em seu auxílio, apesar de há muito tempo estar afastado da família, e já ter perdido a fé. O embate entre os irmãos é bíblico, o ponto alto do filme, como o embate entre a razão e a fé, em que não há perdedores, as divergências através de diálogos esclarecedores, para o julgamento, ou compreensão dos espectadores.     

          O aluno responsável pela tragédia fica desesperado por seu ato impensado e acaba confessando o crime, movido inconscientemente por um fato anterior, quando sua mãe separou-se do marido que a agredia, e foi acusada pela igreja de ser uma pecadora. A igreja envelhecia, sem se dar conta do que acontecia a sua volta, com prédios em ruínas, ela mesma quase arruinada em suas bases, por ser intransigente em pontos fora da doutrina, onde podia ceder. Aos saltos a modernidade avançava sobre o mundo, e assaltando as mentes com a descrença. Se a ciência podia esclarecer temas até então obscuros, certo que a fé continuava seu papel de colocar as expectativas humanas a níveis mais elevadas, permanecendo em   seu seio gente da melhor qualidade e um belo ideal de felicidade, baseado na moral. A fala dos pastores no filme é para ser apreciada como um raio de luz, mesmo para os não crentes.    

          Desastre maior que o ocorrido seria deixar pessoas de fé sem sua igreja, sem Deus. O pastor conseguiu vencer a batalha, não sem antes ceder aos ditames da razão. Diante de um protesto dos alunos, corajosamente os faz ver o erro que cometiam odiando a igreja, que tinha seu papel reconhecido ao longo dos tempos, e promete construir um novo prédio fora da universidade. O que ele pedia naquele momento era que todos baixassem seus cartazes ameaçadores  e acendessem as velas distribuídas por fieis, elevando-as sobre suas cabeças em sinal de paz. No dia seguinte os universitários podiam ler uma mensagem em seus celulares: “Deus não está morto”.   



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