terça-feira, 6 de outubro de 2015






               OS PÉS QUE NOS AMPARAM

              
    

   

Somos inteligentes porque somos bípedes, ou somos bípedes porque somos inteligentes? E sobre a questão a ciência nos fala no momento sobre os benefícios da posição ereta para o ser humano e sua inteligência. Sendo assim, descobriu-se que ficar em pé, além de ajudar a ter boa saúde, melhora o raciocínio e a concentração, e pode até substituir a caminhada. Aconteceu no processo da evolução humana os ossos se adaptarem à posição ereta, acomodados para a locomoção. Surge então o Homo Erectus, a cabeça com o cérebro ainda pequeno, mas que se ergue para avistar o mundo a sua volta, nem tão amigável.

              Daí evoluiu a espécie Homo para Sapiens e depois Sapiens Sapiens. É pouco o que se sabe da evolução humana, que não se originou do macaco, especialmente porque "somos produto da cultura e não da natureza" (papa Bento XVI). Desde o início existente as condições físicas e mentais para que evoluísse o ser consciente que somos, diferente dos demais seres irracionais, de inteligência inferior. O esforço que os ancestrais realizaram para fazer evoluir a espécie Homo, o que cada um de nós refaz,´e nunca para de evoluir em inteligência e saber. Algumas paradas no meio do caminho, regressões, o que também faz parte do processo, que é constante, mas também aos saltos, quase mortais.

               Temos, pois, que nos manter em pé o mais tempo possível, como no passado, quando nem se podia imaginar existir cadeira, muito menos sofá, essa delícia de conforto moderno. Sem esquecer a rede, que ainda embala a preguiça do índio brasileiro. Intuitivamente grandes inteligências perceberam que ficar em pé melhorava a concentração e o raciocínio, o caso do escritor Ernest Hemingway. O mesmo hábito que tinha  Winston Churchill,  também Leonardo da Vinci. Lembro de ter visto Glória Perez em uma publicação escrevendo suas novelas em pé, o que me deixou cansada só em olhar. É preciso acostumar, pois, se é certo que o hábito não faz o monge, ajuda a identificar o ser em questão.

                 Mas por que somos obrigados a evoluir? Tem quem ache por bem contestar tal lógica. O preço que cada um tem a pagar pela vida, quando há os que negam a evolução. Por medo de ter mais responsabilidade, de arcar com o esforço despendido para levar adiante a processo que aconteceria de qualquer jeito, certo? Erradíssimo. Ou evoluímos ou ficamos onde estamos, com risco de regredir. E pode até resultar em perda de rumo. Mas mentalmente tem gente que não foi programada para ir em frente. Melhor então parar, ou até andar para trás em busca de algo mais simples, menos trabalhoso. A vida de índio, por exemplo.

                Tem que haver vontade firme, bem direcionada, para evoluir em raciocínio e civilidade. Ninguém se engane, pode ser ainda maior o esforço de seguir um caminho avesso ao que foi traçado para se ter uma vida plena, saudável, e gozar a paz da missão cumprida. Mesmo sem receber aplauso, nem condecoração alguma ao fim da jornada, vale a pena não fazer besteira, e seguir bom senso, ou o senso comum. Só que o senso comum hoje anda meio atrapalhado, saltando feito boi mecânico em feira de interior, onde ninguém consegue se sustentar, e a queda é certa. Uma brincadeira e nada mais, onde não há feridos. Na vida real é diferente.
 

            

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