quarta-feira, 1 de março de 2017





                                   A MULHER EMPODERADA
  
              


Novas Edite, Rute, Judite, Débora



                “Neologismo bobo”, disse um velho conhecido ao opinar sobre o termo “empoderada”, criado para designar a mulher moderna, não tanto por machismo, mas por implicância com a novidade linguística. O velhinho assistiu as mudanças da vida agrária para a sociedade citadina de massa e de consumo, as mulheres antes despojadas de vaidade, que passaram a ser consideradas a vaidade em pessoa, com as vestes vaporosas de musselinas e crepes, ou tafetás, que farfalhavam em sua passagem, o que deixava o outro sexo simplesmente embevecido. O convencional era  ela embevecer e também obedecer a ele, o cabeça da família. Mesmo assim havia um ecossistema amigável às mulheres, até que elas passaram a competir com os homens nos escritórios e repartições públicas. O figurino por elas adotado foi o terninho, com o que ficaram elegantes, mesmo que parecidas a eles, além da calça jeans, usada informalmente por ambos os sexos. Os dois gêneros com suas fundamentais diferenças.
              
                E como definir a mulher “empoderada”, que chegou ao século XXI diferente das suas antecessoras? Uma evolução e tanto aconteceu, quando uma  geração  de mulheres, com boa instrução, aderiram ao trabalho fora de casa  e a receberem da sociedade a contrapartida em segurança financeira. Não havia mais como sujeitar as mulheres à  situação de dependência, e até mesmo indigência. Empoderada, ou empossada dos seus direitos, inclusive à posse de um marido, um bom homem, bem melhor que os do passado. As feministas  contundentes em suas reivindicações, queimavam até sutiãs nas praças. E porque não desposada? A mulher que atinge um patamar de visibilidade social, sem se frustrar da condição de esposa e mãe, mas com condição de deliberar com responsabilidade sua própria vida. Importava sair da sombra. 
          
          Infelizmente, nunca tantas mulheres foram tão desrespeitadas e estupradas como hoje, sendo necessário continuar a luta contra o preconceito, para que haja respeito ao sexo feminino, seja qual for condição em que se encontre. O ideal judaico  louvava as mulheres, e temos os livros de Edite e Judite, que narram suas histórias, entre outras grandes personagens bíblicas femininas, como Débora, juíza, profetisa e líder de guerra. Nos Evangelhos as mulheres se destacam na ação e contemplação (Marta e Maria), na sabedoria (a Samaritana e sua fonte) e na devoção (Madalena). Superiores a todas essas mulheres está Maria, a Mãe de Jesus e também sua prima Isabel. Bem casadas, elas conceberam os frutos que nos legariam a civilização cristã, em um processo evolutivo de João Batista bíblico a Jesus Cristo. Muito por causa das mulheres, ou mesmo por sua conta, avançou a civilização: nos primeiros tempos, no meio, e nos novos tempos.
            
             No Ocidente liberal e democrático é inalienável o direito da mulher ser livre, inteligente e capaz, com leis rigorosas para garantir-lhe todo o respeito que lhe é devido, e punir os infratores. Diferente do Oriente, onde o obscurantismo do fundamentalismo religioso relega as mulheres a um estado de quase escravidão, algumas até mesmo escravas sexuais. Inaceitável para o nosso mundo civilizado e cristão a mulher ser impedida de estudar, o caso da jovem paquistanesa Malala Yousafzai que enfrentou o grupo fundamentalista Talibã, milícia em ação no deserto da Jordânia, e aos 12 anos foi ferida em um ataque dentro do transporte para escola. Escapou da morte e recebeu o Prêmio Nobel da Paz, tornando-se porta-voz mundial para a educação feminina. Retorno a Maria, a Mãe divina que sobreviveu ao Filho, sua missão que ia continuar ao lado do apóstolo João, que levou Maria para casa após a crucifixão, e seu irmão fraterno, Tiago em Jerusalém, ao lado de quem nossa Mãe divina teria envelhecido, sem que haja notícia da Sua morte. A tradição cristã diz que Maria ascendeu aos céus, a chamada Assunção. Pelos séculos seguintes Mãe e Filho haveriam de assumir uma dimensão sobre-humana. José também esteve ao pé da cruz, José de Arimateia, quem tratou do piedoso sepultamento do Filho para que ressuscitasse. 

          O discurso do mundo tecnológico  é um discurso de Fera que pretende transformar a Bela, ou a nova civilização, numa princesa amada, um discurso infantil. E a nova mulher que surge se dá o nome de empoderada. Ela que  também deve ser abençoada. A civilização cristã firme na direção dos novos rumos, mesmo em estado de inquietação da atualidade, sobressaltada por ideias polêmicas e pelo terrorismo, que faz vítimas em todo o mundo. A cada tempo uma  geração envelhece e se renova com novos membros, os valores também renováveis a cada tempo, a cada era, bom que seja assim. A era em que vivemos hoje é essa “fera” tecnológica, mas que em união indissolúvel com a “bela” civilização cristã, tem por obrigação preservar seus valores, essenciais à vida, o que as gerações futuras só têm a agradecer e louvar. Mesmo que alguns reminiscentes bárbaros torçam para que aconteça um divórcio.


Jesus e a Samaritana
A igreja católica dedica o mês de Março a São José, e no dia 8 é celebrado o Dia Internacional da Mulher.  

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