quinta-feira, 19 de março de 2020



CONTO

EM HONRA A SÃO JOSÉ

                        

            PÁTRIA CONSERVADORA





Dois irmãos, como de costume, encontram-se todo fim de semana em Shopping  perto de sua casa. Aquele é dia do ano especial, dedicado a S. José, ainda mais para eles, católicos fervorosos, que têm o mesmo nome do pai de Jesus. Assunto não falta, na política o caos resultante dos governos de Lula e Dilma — caos moral e econômico. O primeiro dos irmãos a falar, inicia com um comentário sobre o que disse a mídia:

— A mídia esquerdista desta semana teve o desplante de comparar o filósofo católico Olavo de Carvalho a Hitler. Dúvida não há sobre Hitler, que foi o mais terrível dos líderes que o mundo já concebeu, além dos ditadores comunistas, todos mensageiros do mal. Ao contrário de Olavo de Carvalho, que é um mensageiro do bem, e faz contraponto à mentalidade maligna dessa esquerda, que grassa em nosso país. Estou revoltado, e acredito que, para enfrentar o radicalismo esquerdista só mesmo um radical de direita. 

O aparte do irmão caçula veio com grande ênfase:

— Fácil, facílimo, é enxergar um monstro na figura de Hitler, mas ninguém esqueça que se tratava do porta-voz de uma nação humilhada, que se dispôs a seguir as terríveis ideias saídas da cabeça de um líder louco e os falsos “gênios” da raça, seus asseclas. O orgulho anglo-saxão não hesitou em partir para aquela triste aventura, que lhe foi proposta em desforra pela derrota sofrida na Primeira Guerra. A Alemanha dominaria o mundo, o que o tresloucado austríaco bradava em seus discursos inflamados.

O José mais velho, já com a cabeça embranquecida, tomou a palavra:

— Um denodado combatente Hitler? Mas um suposto exemplo de bravura e coragem humanas, posto que direcionadas para o mal. O que pode acontece quando a pessoa se desvia do bem e se torna mensageira do mal. Aconteceu o pior, quando a orgulhosa nação alemã, ao se ver em situação moral e econômica adversas, pós-guerra, rebaixou-se ao nível que todo o mundo lastima até hoje.

Sempre enfático, o outro José declarou:

— Com Hitler a fantasia teutônica foi levada às últimas consequências.

O José mais velho muda de tom para abordar mais profundamente o que acontece no Brasil:

— Quanto aos brasileiros, trata-se da sua alma latina, que não tem nada de fascista, e elegeu, conscientemente, com larga maioria, um presidente de direta. Uma pátria conservadora, cansada das estripulias da esquerda, que tanto mal fez ao país. O caos moral e econômico pós Lula e Dilma precisava, sim, de Jair Bolsonaro e seu guru Olavo de Carvalho, sem esquecer a ministra Damares. 

O José caçula aproveitou a deixa para voltar a expôs seu pensamento, agora sobre a questão nacional:

— Inegavelmente que a melhor  opção para o confronto com essa esquerda materialista e amoral que quer dominar o país, só mesmo um radicalismo de direita. As pesquisas apontando alta rejeição da nossa sociedade  às questões comportamentais como a união civil entre pessoas do mesmo sexo e o aborto.  E o que temos a dizer se a historiadora e professora Lilia Schwarcz, da Universidade de São Paulo, afirma com certo desdém: “Nosso presente está cheio de passado”?  

—Nosso passado só nos qualifica como sociedade civilizada. Meu caro irmão, a solução é simples, basta que os governantes aceitem o que nós, brasileiros, almejamos como sociedade. E se Jânio quadros não cumpriu o que prometeu, fugiu da raia, e  culpou as forças ocultas, agora parece que essas forças estão bem claras. Bolsonaro sabe bem quais são, e não deve esmorecer no seu intento progressista e moralizador.  Repito: Olavo de Carvalho é um mensageiro do bem, em contraponto à mentalidade dessa maligna esquerda.

Os dois irmãos deram por encerrada a conversa, o Shopping ia fechar mais cedo por conta do covid19, um novo coronavírus, no momento  atacando sem dó nem piedade o país, como acontecia em todo mundo.   

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