quinta-feira, 5 de março de 2015





 
 
A MORTE É COISA SÉRIA

 



 Encarar a morte não é nada fácil, queremos ser eternos. Mas a ordem natural é nascer, crescer, morrer. Temos nossos dias contados, até que a morte nos atinja. Felizes comemoramos cada passagem de ano, o dia do nosso aniversário. Queremos viver, precisamos viver, até que se esgotem todas as nossas possibilidades. E depois morrer, que seria o destino final do ser humano, como de todas os outros seres animados ou inanimados. O ciclo que se renova, para que a vida se perpetue,  sempre igual e diferente,  o sentido da morte. E quanto ao sentido da vida é viver nessa ânsia de paz, amor e felicidade pode significar nosso desejo de mais vida, como também da própria extinção, para transcendermos em direção a uma outra vida. Almejamos a imortalidade, convictos que partimos para uma outra vida depois da morte. Qual vida é essa há várias teorias. Enquanto a morte não vem, viver da melhor maneira, cultivando a alegria, em primeiro lugar. Só estar vivo compensa toda a dor  que se possa sentir, que a vida não é fácil, mas tem jeito da gente se sentir feliz, mesmo com toda a dificuldade. Nada como um dia atrás do outro para nos fazer superar as tristezas e encontrar a alegria de viver, surpreendentemente, dentro de nós mesmos. 

 
Nossa evolução pré-estabelecida é de simples animal para um ser humano consciente da própria vida e da morte. E a consciência que temos da vida para ser vivida, basta nos mantermos no comando da nossa vida e da nossa morte, devia ser assim. Como disse Freud, o normal é a pulsão da vida ser maior que a da morte. Suicidam-se os que desprezam a vida. A morte prematura que também pode vir numa bala perdida, numa artéria entupida, num desastre, ou por um motivo qualquer, fora de propósito. A morte prematura, que faz o presente, o planejado para o futuro, deixar de existir para quem morre. Mas o dia chega para todos nós.  Minha mãe aos 98 anos, o corpo, até há pouco lépido e fagueiro, sofre imenso desgaste, sua mente rateia,  situação de que ela  lastimou certa ocasião, ao dizer que tinha tanto por fazer e se via presa a uma cadeira de rodas. Ela está bem e certo que seus filhos vão comemorar seu centenário, e ainda a terão por alguns anos. Mas penso na orfandade, como se ainda fosse criança, primeira grande perda minha a avó, eu já era mãe, e senti por meus filhos, como se eles me perdessem, tão jovens. Mas a idade não conta, só a dor por uma vida que se vai, e o peso da ausência.


 


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