terça-feira, 3 de março de 2015





                            FALAR E CALAR.

                                             

              

 



 

         No passado, não muito distante, o casal compartilhava um silêncio respeitoso, quase constrangedor. Acontecia com quem ficava junto para sempre, raras as exceções do casal separado, uma pecha para a mulher. Sobreviviam assim as relações pessoais e as famílias, cada um guardando a sete chaves seus segredos, e quem estivesse insatisfeito, sentindo-se vulnerável, por esse ou aquele motivo, fossem reclamar para o papa... O amor coisa tão banal! Para que gastar tempo em dirimir dúvidas, superar carências? Assim era mantida a união homem e mulher num patamar de respeito mútuo, ou do poder de um sobre o outro.

            Negar a palavra à pessoa que nos é mais cara acontecia por insegurança, em princípio. Acreditar que tudo está bem, ou que vai ficar bem um dia, só calar e ter paciência. Os bonzinhos pensam assim. Também os sádicos acham bom tudo ficar como está, nada mude. A ilusão de que o amor permaneça o mesmo até o fim. Ou até que os cabelos embranqueçam, os sentimentos morram de vez e a alegria de viver vá embora. Se bem que a capacidade de regeneração por si mesma existe, sim, se um dos dois não morrerem antes. Acontece que ninguém casa com a pessoa certa, o que escutei dias atrás, e sabendo disso, o casal entenda que deve haver respeito pelo compromisso assumido, boa vontade pelo projeto de vida a ser cumprido. Era o que as pessoas acreditavam no passado, ou levadas a acreditar, pela religião, família e sociedade.

          As coisas são como têm de ser, para que mudar? Isso antes, quando as mulheres ainda não gozavam da independência financeira, como profissionais. Depois tudo mudou, elas tornaram-se donas do nariz, também verborrágicas. Falam que falam, que sempre é bom falar, pois calar hoje é considerado veneno letal para as relações, sejam elas quais forem. No trabalho, com a família, com os amigos, falar sempre. Quem cala consente, dito popular, que não é recente. O que não se deve é compactuar com o erro, e tem caso de necessitar de denúncia às autoridades, quando houver maus tratos.

         Bem verdade que só com o tempo se entende muita coisa, mas é essencial a comunicação verbal, pois na barbárie o pau canta, e ponto final.   Questão de civilidade expressar-se bem em palavras. Mas muito blá, blá, blá, também pode ser desgastante para a relação. Tem que haver afinidade em quase tudo entre as pessoas que buscam o amor ou a amizade, para que não haja conflitos maiores. Essencial a diferença entre os sexos, homem  e  mulher diferentes em pensamento palavras e obras, riqueza que deve ser bem administrada. Pouco, ou nada interessante, viver com um clone, essa união entre pessoas do mesmo sexo, de uma pobreza só.                  




 

Nenhum comentário:

Postar um comentário