sábado, 7 de março de 2015






                                                                        
 
       
                                                         SOLAR E LUNAR

        


 
 
             Uma pessoa alegre, comunicativa, feliz, que age às claras, ou à luz do dia, se diz que é solar. Já a lunar é triste, pessimista, noturna. Os dois lados com que a personalidade de cada um atua. Estar solar é quando se aproveita o que de bom tem a vida, planeja, executa, muda, com lógica, liberto dos entraves à razão. E sendo assim, sorri do que perdeu, do que ficou para trás. Se há esperança, persistir, se não, esquecer. Não pensa na morte, muito menos em querer conectar-se com ela, que os mortos descansem em paz.
       “Direis, ouvir estrelas? Certo perdeste o senso!... E vos eu direi, no entanto, que para ouvi-las desperto, e abro a janela pálido de espanto.” Olavo Bilac fala dos poetas, em especial, da alma em espanto diante das estrelas, que brilham no céu, desde sempre. Brilham indiferentes a nós, poetas ou não, de tão curta vida. Pálido e alumbrado, o lunar acolhe de coração a dor que não entende,  enquanto o solar abraça por vocação a alegria que surpreende. 
             A tristeza é tão legítima quanto a alegria. E não deve sofrer intolerância a dor que precisa ser curtida, assim como a alegria  merece ser cantada. Doce tristeza, aquela saudade, até de nós mesmos. Humanos que somos para suportar os dias triste, quando se quer fugir de tudo, e para vivenciar com gosto os dias alegres, de vida bem vivida, que é tudo de bom.  Sem levar as coisas muito a sério, nem querer mudar por mudar. Às vezes preferir não fazer nada. Nada vezes nada, o que pode nos salvar de muito sufoco. Mas estar atenta ao primeiro sinal da depressão, que não é coisa de doido, e deve ser levada a sério.       

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