terça-feira, 24 de abril de 2018




                 A AUTORIDADE
         E  O AVENTUREIRO     

  



Não são poucos os que hoje orbitam em torno de uma ideia fixa, acreditando que seu pequeno espaço é tudo, mentalmente concentrados, argumentadores à exaustão. Estão convictos que sua verdade é a única, quando melhor seria que tivessem um plano de vida mais abrangente, cobiçar um céu mais pleno. O quanto é sadio saber que há uma Lei divina, para que se viva com menos ressentimento e mais empatia. E a pessoa não se transforme num maníaco que monta um enredo, ou labirinto, para nele se enfiar. Havia no passado um sentimento de fé numa vida  de oportunidades, e nos sentíamos agradecidos por tudo. O bom juízo que se tinha acerca dos limites. E sendo assim, era um tempo mais prazeroso, quando ninguém seria convencido a abandonar as sóbrias exibições públicas, palco das  conquistas, nada fúteis. Acertavam-se as coisas em pouco tempo, e tão perfeitamente, conforme a situação exigia e as circunstâncias permitiam. Nem todos chegam lá...
             
Reconheçamos que a vida pura e simples é deveras  interessante, diferente desse tempo de hoje, que só causa indiferença. Enredados em complexas convicções, em vez da saudável normalidade vive-se no mundo atual um círculo vicioso alarmante no pensar e agir. E sensato é ter o mínimo de cuidado em expor os  argumentos, o que o aventureiro não pensa em ter. Há quem se deixe levar por ideologias estapafúrdias, fadadas a ser fatídicas. No início do século passado G.K. Chesterton (1874-1936) alertava sobre a prisão nas ideias, que leva a um estado de desequilíbrio obsessivo. O mestre da ortodoxia, ou catolicidade, no livro Ortodoxia, expõe o quanto afeta o equilíbrio emocional fixar-se  num único e doloroso ponto, de onde não se  quer ou não pode escapar. É a grande preocupação no fim do século passado e  neste início do século XXI.

Para Chesterton os grandes argumentadores são muitas vezes maníacos, e feliz é o homem com força para renegar o que o faça prisioneiro. A prisão espiritual e mental não menos prisão que  outra qualquer, e é certo que as pessoas com vocação para  uma vida mais agradável leva vantagem sobre aqueles cujo raciocínio  é impulsionado na direção da polêmica, o mapa mental elaborado como um labirinto. A saída pode estar na imaginação poética, na vivência religiosa. Se muitos fatos esclarecem nossos argumentos, outros tantos também podem e devem ser avaliados.

 Autoridade tem o homem para pensar, raciocinar, mas pelo pecado original podem transgredir os ditames da Lei de Deus. Abençoados os que creem, que acreditam, e por seguirem os preceitos divinos guardam sua alma e todo mal. Diferente daqueles que seguem em direção errada, se voltam para ceticismo, os sem Lei. E se os homens tiram a coroa de glória de Maria, também a coroa de espinhos de Jesus, juntas vêm juntas a autoridade de Cristo, ou a autoridade da própria fé cristã. A glória de Mãe é a glória do Filho, assim como o sofrimento a ambos infligido. Certo que aos homens de boa vontade é dada a força para que escapem da rede de falsos conceitos e não sejam enredados nessa teia atual de valores enganosos. Benditos sois, católicos!





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