terça-feira, 11 de fevereiro de 2020


                                                 
                                              

                                   ABSTINÊNCIA






                    Os dias de hoje exigem de todos uma postura mais consciente, ou seja, que se procure  minimizar os danos causado à natureza por nosso modo irresponsável de consumidores  compulsivos. A produção em larga escala, mais para satisfazer nosso desejo de consumir, em vez de simplesmente dar conforto para todos. Tem que ser novo o sapato, a bolsa, todo o vestiário. Usar apenas uma vez e jogar fora, como se a fonte de riqueza fosse inesgotável.  Com o sexo acontece o mesmo, as pessoas usam uns aos outro e depois jogam fora. Sofre a natureza com nosso desperdício, sofre nossa alma, no mínimo, padece  nosso bolso. A ordem é reciclar, poupar, e até mesmo, abster-se de muita coisa consumida sem a responsabilidade e devida precaução.

               A felicidade no mundo atual está atrelada ao que as lojas oferecem em suas vitrines,  ao que é visto nas propagandas da TV, e tudo o mais. Dia a dia as pessoas simplesmente afogadas numa abundância de  coisas, um desperdício, o que só pode causar danos. O sexo também objeto de consumo, como qualquer outro. Em contrapartida, há escassez de sentimentos, de alegria, de paz, de fé. Escassez que se estende à natureza, de onde se extrai essa riqueza, que seduz, ofusca, mas que se esgota a olhos vistos. O ser humano também parece esgotado. 

                Uma busca incessante pela felicidade está nos deixando estressado, no mínimo, tristes. Tornou-se um bezerro de ouro o propósito de sermos felizes a qualquer custo. E querer ser feliz o tempo todo é sinal que a pessoa não achou ainda o que procura. E não vai achar dessa forma. As buscas geralmente egoístas, sinal de que, quanto mais você almeja a felicidade, menos você é feliz. Experimenta-se uma felicidade, que frustra, quando não resulta num processo destrutivo.

              No que diz respeito ao sexo, a atual proposta governamental feita aos jovens é que pratiquem abstinência. Tem como finalidade principal evitar a gravidez precoce. Abstinência, que não significa ir contra o sexo, apenas que haja paciência de aguardar o tempo certo para a iniciação de uma prática da qual vai depender  o futuro de cada um, físico e emocional. Abstinência não é a mesma coisa que inapetência, que muitas vezes acomete as pessoas que cedo iniciam sua vida sexual, sem a devida maturidade.

              A hora é agora, além reciclar o que consumimos em grade quantidade, melhor ainda, é poupar, abster-se. Vale também recolher, para as devidas providências, o que ficou inacabado, o que acontece com alguns importantes compromissos com a vida. Recomeçar hoje com esperança no amanhã, ciente de que, ou se faz a coisa certa, ou tudo vai por água abaixo. E, por falar no precioso líquido, enchentes castigam nosso país nesses meses de janeiro e fevereiro. Avançamos sobre as encostas dos rios, tomamos os morros de assalto, e com as chuvas o resultado são desabamentos e mortes. Consumimos sem qualquer  respeito o que aguça nossos sentidos,  inclusive, o sexo, um verdadeiro desastre. Estamos hoje à mercê de um destino por demais incerto e ingrato.


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