quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

 



                                                               COMUNHÃO

 

S. LUIS - MA


Os católicos recebem em comunhão a hóstia consagrada na missa, ritual milenar da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Antes do sacrifício na Cruz, aconteceu a última Ceia com a oferta do pão e o vinho e o pedido para que os apóstolos fizessem o mesmo em Sua memória. Milagre da fé. Não é um simples "roteiro teatral", como diz Fernando Morais, em seu livro “Compaixão”. Nem se trata de um “rito de controle”, e que o bom é ficar  “livre emocionalmente do outro e em total liberdade”. A religião pode ser uma “tutoria”, mas no sentido de pertencimento. 

O caminho da esperança que temos de seguir na compassiva compreensão do mundo e do outro, na comunhão com Deus. E com fé se reaja às ideologias criadas por mentes, essas sim, fraudadoras. Responsabilidade tem cada um de nós, que somos parte dessa magnífica formação rochosa que é a Igreja. Cuidar para que nosso bem maior não sofra abalos, que comprometam sua estrutura. Observar cada fresta, construir barreiras de defesa. O mundo a desmoronar com as intempéries, cada vez mais destrutivas e frequentes. Compete a nós, católicos, não deixarmos que se perca a coesão interna, que faça nossa Fé colapsar e sermos levados de roldão. 

A natureza nos premia com a capacidade mental, que se amplia á medida que envelhecemos. Quanto mais velhos em idade mais experiências vividas, base do nosso saber, é a regra. Estar em alerta para que a cada dia de vida seja de bom aprendizado. Conquanto o sofrimento nos possa ensinar, a alegria é o sinal específico que nossa promessa de vida foi alcançada. Alegria genuína, não o arremedo das últimas décadas, com esse avalanche tecnológico que impacta o cotidiano e nos escraviza. 

Impactante a diferença atual entre nosso tempo cronológico e o social. Hoje a envelhecermos diante dos aparelhos de comunicação virtual, diuturnamente conectados. As alegrias e dissabores são de crianças mimadas e nada mais, velhos que não amadurecem. Curtimos, compartilhamos, copiamos, colamos, em busca do elo perdido da própria humanidade, e o que fazemos é afrontar cada vez mais nossa natureza com uma cruel indiferença. Sem a noção do respeito e solidariedade, valores inexoráveis para uma vida real de comunhão.

Envelhecer é viver.  Nós, que chegamos aos oitenta, sempre na esperança dos dias do porvir,  com alegria continuemos nossa jornada até o chamado de Deus.  

 

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