segunda-feira, 29 de abril de 2013


                                




Enquanto Salve Jorge continua no vai e volta das personagens entre o Brasil e a Turquia, Guerra dos Sexos chegou ao fim. Tony Ramos e Glória Pires e mais Irene Ravache, Marilu Bueno proporcionaram alguns momentos hilários aos espectadores da Globo. Uma trama leve no horário das sete, sem temas para discussão, no caso, remake de um sucesso, passado 30 anos. Estranhei a impunidade do Kiko, que não sofreu nenhum castigo pelos maus feitos, fabricante clandestino de explosivos para detonar desafetos. Um erro tratar como simples rebeldia procedimento delituoso como esse, e sabemos o que aconteceu em Boston. Ou o castigo dele foi se apaixonar pela Flor e casar com ela? A essa altura quase todo mundo ligado nas novelas, que as redes de televisão transmitem uma atrás da outra, pena que nem sempre as tramas estão à altura da tecnologia empregada.  
A nova novela anunciada é Sangue Bom, o tema sobre crianças de abandonadas em um orfanato, que serão adotados, e levados a seguir  padrões de comportamento ditados pelos novos pais e o ambiente onde passarão a viver. Só um permanece no abrigo, enquanto os outros vão ter uma educação de pouca qualidade nos novos lares. Assunto próprio para o horário juvenil, todavia, os adultos é que são aficionados. Lendo o resumo da novela nos meios de comunicação temos a impressão que Maria Adelaide Amaral, como sempre, reserva momentos de reflexão ao telespectador ao mostrar crianças adotadas, que vão continuar como jovens “abandonados”.
Charmosos os novos habitantes do planeta Terra. Mas quão agitados, confusos, esses filhos do mundo moderno, quer sejam adotados ou biológicos. O mundo, a sociedade atual, focada no sucesso financeiro, na fama, que leva à busca por notoriedade a qualquer custo, e acaba por formar uma geração de pessoas fracas de caráter. Quanto à nova novela das nove, já se sabe que vai ter um patriarca de origem árabe, Antônio Fagundes, cuja mulher é o máximo em termo de glamour, e só podia ser Susana Vieira no papel. Bandido peruano e mocinha também não vai faltar, com cenas no exterior, como sempre, no caso, em Machu Picchu. Muda o cenário, os artistas, mas a “churumela sempre a mesma, com um grande vilão, ou vilã para se odiar. 
Ainda em suspense o final da atual trama televisiva, ou seja, que a filha encontre afinal a família biológica, da qual foi arrancada da mãe pelo tráfico Aisha vai ter que conviver com uma mãe destrambelhada que nutre paixão por um presidiário em condicional, enquanto a adotiva é cúmplice do crime de sequestro. O perdão deve dar o tom final desse folhetim. O capitão Theo será perdoado, um sentimental a todo vapor. Mas como diz Benedetto Croce: “o sentimento é uma categoria espiritual ambígua, uma força negativa, que não expressa a verdade interior”. A natureza humana é mesmo complexa, mas é difícil entender o mundo das novelas, pessoas que não evoluem, não amadurecem, e transitam sem parar de uma relação amorosa para outra, de lugar em lugar, até de coisa para coisa, o caso da delegada Helô, consumista compulsiva. O que eles têm a ver conosco? 

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