quinta-feira, 29 de janeiro de 2015


                                         
 
           A GENÉTICA E NOSSAS DIFERENÇAS
 
 
 
 


            Acabo de saber a razão pela qual fazemos nossas escolhas políticas; se liberais ou conservadores, de esquerda ou de direita, a culpa é da genética, o que nos diz o antropólogo evolucionista americano Avi Tuschman, em entrevista concedida à revista Veja. Pouco vale o ambiente em que se vive, a classe econômica, e se o gênero é masculino ou feminino, nosso genes é que define cada um de nós, seguindo o antropólogo a tese dos geneticistas. E se nos comportamos de uma forma ou de outra, é que somos  levados, não pela racionalidade, mas pela conformação do nosso cérebro, explicita o pesquisador da Universidade de Stanfort, justificando que as pessoas com valores de direita têm a amigdala cerebelosa direita mais desenvolvida. Já o córtex cerebral é o responsável pelo desenvolvimento de características de esquerda. Convencionou-se chamar de esquerda a sensibilidade e cooperação social, enquanto a tendência liberal e individualista de uma sociedade é considerada de direita.

        Robôs, nós, seres humanos? Absolutamente, não é compreensível uma total situação de  dependência, graças a Deus. A genética que fatalmente determina nosso aspecto físico e a formação do nosso cérebro. Mas, como seres psicológicos, nosso processo de formação pessoal caracteriza o ser complexo que somos, com personalidade e tendências próprias. É fácil verificar, por exemplo,  uma sociedade liberal, que deve em grande parte às constantes migrações, enquanto a sedentária tenderia ao conservadorismo. E se as relações intergrupais, típica do liberalismo, seria um mecanismo desenvolvido pela natureza para a perpetuação da espécie, o conservadorismo preserva na sociedade, sua cultura e tradições. Na conservadora Islândia, altamente desenvolvida, que está no topo em educação, o sucesso reprodutivo só aconteceu quando houve interação dessa sociedade com outros grupos.

            Interessante observarmos o homem do interior, o quanto ele tende a ser conservador, talvez por viver mais perto da natureza, daí ser uma pessoa apegada aos seus bens de raiz, herdados, que pode sofrer uma transformação drástica ao se transplantar do solo pátrio. Seria, a meu ver, como o filho que veio primeiro, o primogênito, onde são depositadas as expectativas de levar adiante a tradição familiar, o que nem sempre acontece. Enquanto o filho que vem depois, o segundo, é como o citadino, aquele ser liberal, contestador, que opta pelo individual em detrimento do grupo, do coletivo.  Já o filho mais novo seria pouco afeito a ser conservador ou liberal, mas anárquico. (Que ninguém se ofenda com minhas palavras, não trato de casos específicos, mas de generalização.) Acontece nos tempos modernos como a civilização ocidental, que foi  conservadora, depois contestadora, agora simplesmente não quer acreditar em mais nada. Transformações que ocorrem em cada sociedade de forma diferente, por questão demográfica, conquanto a geografia tenha influência considerável na razão de ser de cada grupo social. Não dá para  explicar tudo apenas com o genes. Difícil, não é mesmo?

       

         O MONGE GREGOR MENDEL (1822- 84) EM SUAS PESQUISAS GENÉTICAS COM ERVILHAS
       

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