sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018



                                       

                         ARGUMENTOS 
                         CONSERVADORES 




Século XVII, início da Era Moderna, os homens quase sempre longe de casa, ocupados com o comércio exterior, não raras vezes pirateando o mar. Tinham eles todas as oportunidades ao seu dispor, além da honra de serem heróis de guerra. Enquanto isso as mulheres aguardavam que chegassem, quando não os perdiam para sempre. A espera parecia uma eternidade, e elas se mantendo alheias, apartadas, irrelevantes para o progresso, que se delineava no horizonte. Por longo tempo foi assim, o feminino ausentes do extraordinários palco dos acontecimentos modernos, sem alcançá-las. Não é atoa que uma casa tome quase todo o quadro Rua de Delft de Jean de Vermeer, a fachada feita de tijolos, unidos por argamassa, sem polimento ou brilho, técnica já utilizada para dar realce e beleza ao visual, invenção dos romanos, mestres nas artes e ofícios, cujo ápice foi o Renascimento. Richard Sennet, autor do livro “O Artífice”, parece estar de olhos postos nesse quadro do artista de Delft, ao falar das qualidades do tijolo, que seria como a arte barroca, diante das aspirações de grandiosidade renascentista.  

              Indo mais atrás, em Jericó, primeira cidade a merecer esse nome, a humanidade estava ocupada na fabricação de tijolos, e na prática de uma fé rudimentar. A metáfora da casa para a situação de conforto e proteção das pessoas, mas que na tela de Vermeer tem aspecto decadente, de casa abandonada, ou até mesmo de casa assombrada, com os habitantes do lado de fora,  uma modernidade o pintor tratar do assunto. Pintor progressista e profético, além de precursor da arte moderna, quando, significativamente, pinta um simples borrão para representar as duas faces femininas. Individualidades nulas  em sua atividades domésticas,  enquanto um casal de jovens agachados na calçada, as cabeças baixas, escondendo o que fazem dos olhares de fora, ou do espectador do quadro.  Pelo que vê que deduz-se que há necessidade de reforma naquela casa, e o quanto era preciso o progresso atingisse aquelas pessoas.  A escuridão pode significar a fantasia teutônica dos povos eslavos, que daria passagem a Hitler e outros males, até mesmo o satanismo, que iria seduzir os atuais românticos e também os que hoje se intitulam pós-modernos. 
         
Extraordinária pintura holandesa do século XVII, que tem Jean de Vermeer como um dos seus mais brilhantes pintores. Protestante de nascimento, mas casado com uma católica e amigo dos seus vizinhos jesuítas, o artista de Delft pintou as mulheres da nobreza  e também as trabalhadoras e, em especial, a burguesia. Na recém-criada república holandesa da paz e prosperidade surgia a nova classe burguesa, mas que só viria se consolidar ao longo do século XVIII. Burguesas da classe média e baixa são  as mulheres à porta de suas casas, envoltas por um alo de retidão, com dois jovens brincando na calçada, em situação é precária. A alta burguesia igualava-se à nobreza, mulheres socialmente ativa, mas ainda sem o direito de sair de casa, sem uma profissão que as libertasse da dependência ao masculino, as oportunidade diferentes para mulheres e homens. Na lenda medieval João e Maria, o casal de irmãos são abandonados pelos pais na floresta e acabam na casa da bruxa. Na pintura de Vermeer o casal de jovens estão descuidados com a própria vida, quando deviam se levantar para ver o que a modernidade fará por eles, ou eles farão pelo mundo moderno.  No no cenário futuro nem tudo será progresso, razão, consciência religiosa, e no palco da vida sem objetividade e verdades universais, sem história, assomam as ditas "formiguinhas" comunistas, os fanáticos nazistas e suas atrocidades, os anarquistas, os terroristas islâmicos, e por aí vai. Tudo isso que surgiu à reboque dos avanços modernos, e concomitante retorno à barbárie, que não para de acontecer. 

             A modernidade com seu projeto libertador do homem, mas que sofre ainda mais com o obscurantismo. O absurdo que é o projeto pós-moderno de desconstrução da sociedade.  Em se tratando de um passado machista, aconteceu o que tinha de acontecer: o feminismo. As mulheres tornaram-se "empoderadas", ou seja, querem ser iguais aos homens, o que elas não são, por serem profundas as diferenças  e afinidades entre homens e mulheres. O desejo de transcendência inerente à nossa espécie, e a necessidade da religião. Maldita pós-modernidade, que flerta com o satanismo. Tantas crenças que há para desconstruir o mundo, e não é de estranhar que estejamos hoje vivendo esse calvário. Os pós-modernos ateus, nazistas, racistas, esquerdistas, feminista, e por aí vai, na sua crença da racionalização do irracional. O mundo economicamente e culturalmente rico, mas que se tornou desalmado, a oscilar entre o bem e o mal, a padecer na dúvida entre o certo e o errado. Mundo assombrado pela maldade, mais ainda a cada dia que passa. A ideologia de gênero, por exemplo, nada mais é que a desconstrução do feminino.

            Triste o que acontece no Brasil, mais de dois milhões de crianças fora da escola, e as autoridades, em sua maioria esquerdistas, alegando a impossibilitada de  incluir a todos, pela extensão territorial, o que não é toda a verdade. Falta políticas conscientes e adequadas às necessidades nacionais, para que muitos desses analfabetos quando deixem os rincões distantes, não se marginalizem e sejam presas fáceis para a miséria do trafico, que mata e morre, numa desconstrutora sociedade pós-moderna. O mundo descuidado é atraído pelo mundo que da tapa na cara. Resiste, todavia, a conservadora sociedade moderna, que  tem bons argumentos para a ordem e o progresso. E possam ser curadas as graves feridas que causam os problemas sociais.  Ainda há tempo de reagir ao desastre da desconstrução, e se optar pela conservação do Bem.

O MUNDO QUE MIMA É O MESMO QUE DÁ TAPA NA CARA! 

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