domingo, 8 de julho de 2018






  


                  IRLANDA – REFERENDO






A Igreja Católica desde sempre defensora dos direitos da mulher, mas atualmente é acusada de todos os desacertos no mundo, inclusive da opressão contra o gênero feminino. Na realidade a pregação católica é para que todos sejam tratados em igualdade de condição, como filhos de Deus. Pioneira na defesa dos direitos humanos, consta dos Evangelhos que Jesus “ia de cidade em cidade para pregar às mulheres.” Lucas 12;1-8 dá especial relevo ao papel do feminino, e Mateus 8:38-42 narra o que aconteceu na casa de Marta e Maria, a conversa que o Mestre de Nazaré teve com as duas irmãs, não aceitando a queixa de uma por trabalhar enquanto a outra rezava, e recebe a reprimenda, que seus valores são iguais, sem distinção. Discriminação e rivalidade como uma tendência entre os seres humanos, a ser corrigida, uns querendo por força se sobrepor ao outro, nem os irmãos de sangue escapam.

Na católica Irlanda, foi marcado um referendo para alterar a Constituição de 1937. Deve haver mudança nas cláusulas que discriminam as mulheres, e os constituintes falam erroneamente que as citadas cláusulas estão ali por influência da ética cristã. Na realidade a discriminação teria saído da vontade de uma sociedade machista, em sentido oposto aos dogmas católicos, que elevam as pessoas a um patamar digno da condição humana, tanto no que diz respeito ao feminino, quanto ao masculino, em igualdade de condições. Diz a Constituição irlandesa que: ”a mulher dá ao Estado um suporte sem o qual o bem comum não pode ser atingido ao reconhecer sua vida dentro do lar.”  Palavras que nada têm de religiosas, ao encorajarem as mulheres a não saírem de casa para trabalhar, e que cumpram seus deveres domésticos com exclusividade, e tem ainda outra cláusula: ”assegurar que as mães não serão obrigadas pela necessidade econômica a trabalhar de forma a negligenciar seus deveres no lar”.

No atual texto constitucional irlandês as mulheres são prejudicadas ao restringirem o direito das mulheres, e mais ainda as mães, para que elas não trabalhem fora de casa em nenhuma hipótese, isso sem que lhes sejam ofertado respaldo financeiro para exercerem a função social apontada como de “suporte do Estado”. Uma incongruência, tirar das mulheres o direito ao trabalho, sem que haja compensação, o que as inferioriza, até com perigo de miséria familiar. Em 2015 foi introduzido na constituição irlandesa o casamento gay e não tarda a ser liberado o aborto, coisas que a fé católica rejeita, mas não condena ao inferno as pessoas em suas escolhas pessoais, pois faz parte da doutrina católica o amor, a piedade, a compaixão.



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