sexta-feira, 27 de julho de 2018






                                         O BOM DA PAZ

         




            Infância, período que vai do nascimento até os quatorze anos, mais ou menos, tempo para avalizar as qualidades e corrigir os defeitos de fabricação, sempre há. O caráter em formação, quando se confirma o que é bom e autêntico. E que é mal e falso não receber qualquer guarida.  

         Mocidade, tempo de ter rumo e não perder o prumo, construir bom alicerce. Aproveitar as mudanças de estação, para de tempos em tempos renovar as esperanças. Tempo de avaliar as decisões, ir por aquele caminho, construir aquela casa, fazer aquele concurso,  deixar um bom emprego para casar, outra vez renunciar ao sucesso profissional para cuidar dos filhos, manter o casamento para sempre. 

           Maturidade, mesmo um pouco vergada, continuar na luta por algo mais além da ilusão de felicidade. Tempo da reciclagem, e não lastimar o que fez ou deixou de fazer, e seguir em frente. Não ficar na sombra de ninguém, do mundo não sentir medo, e das falsas expectativas se poupar. Saber ganhar e perder. Não se punir e confiar. Tempo de não insistir em escutar uma música que não é do seu agrado, nem seguir o que não lhe faz bem.

         Como me vejo hoje, na velhice, que aos oitenta se inicia?  O quanto me valeu ter convivido de perto com a cultura europeia dos meus avós, além das outras culturas, que me fizeram ser quem sou. Mesmo que as guerras tenham sido ameaças às esperanças, sou grata pela paz. O bom da paz é ser bendita, a paz que nos dá alegria de viver. Total ausência de conflitos não há, mas que que sejam poucos e fáceis de resolver, ou simplesmente administrar, com sabedoria e boa vontade.

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