quinta-feira, 31 de janeiro de 2019




MINICONTO




                            FAMÍLIA





Maria escutou tempos atrás sua melhor amiga falar que "cada um é feliz a seu modo, com as famílias não é diferente". Fatos ocorridos desde então, mudanças na política, sociais, dentro das famílias, fizeram com que elas refletissem sobre a grave crise por que passa a Família e a sociedade. Nos moldes atuais uma família não é mais uma família, assim como uma nação deixou de ser aquele antigo berço. Nascimento e sangue ajudam, certo que a família é para dar apoio, para estar ao seu lado nos momentos difíceis. Mundo, vasto mundo, o quanto ele nos pode nos entender e acolher em nossa busca? No próximo encontro Maria  iniciou uma conversa com a amiga sobre o tema:

          - É bíblica a rixa entre irmãos, uma realidade desconcertante, mas humana, faz parte do jogo da vida, já que há diferenças de temperamento e tudo o mais que diferencia uma pessoa da outra, entre familiares, nações. Parentes tão próximos sem terem afinidade. Cada um, todavia, com capacidade de viver sua vida, criar sua história, sem maiores interferências, que as imperativas, sobre o respeito, por exemplo. Na realidade, nada é como a gente quer, mas como pode ser. Muitas vezes é imperioso conviver com estranhos, fazer novos laços, sem que se desfaçam os antigos. Há alguns nós, bem verdade.

            A amiga de Maria não estranhou o que lhe fora dito e continuou a conversa focada nesse assunto tão atual:
            
           - Passos familiares com o tempo vão se distanciando, e possamos seguir em frente, e perceber na distância, que tais passos não estão mais tão próximos e pesados. Apenas sinto hoje sua leveza em mim, submissa ao processo de crescimento. Engajada, mas sem essa dependência emocional, às vezes imperiosa e perigosa, mesmo  entre cônjuges, tal condição podendo causar desequilíbrio na parte mais fraca, nem sempre aquela que se diz vítima.  Com as nações é a mesma coisa. Só por ser parente não será motivo para que haja privilégios, mas não precisa puxar o tapete do parente, não é mesmo?  

                Maria não se eximiu de concordar com as palavras da amiga:


            - Os parentes,  nos conhecem, ou pensam nos conhecer, sabem nossos pontos fortes tanto quanto os fracos, o que pode servir de ajuda, ou prejudicar, se forem usados contra você. Nem sempre é familiar a mão que balança o berço. A família esvaziada de seus direitos e deveres. O estranho que penetra nos lares para tomar conta. Além da mídia e da internet com sua redes sociais, tem as ideologias mais estapafúrdias, o que é um terror. Gente sondando sua vida para ter você sob controle. O terrorismo exterior volta-se contra a família, que deixa de ser um núcleo confiável. 

- Os direitos da família, coisa que nosso mundo sem memória quer ignorar, sem levar em consideração os bens a serem preservados, não apenas os bens materiais, mas os bens morais que cada ser humano digno desse nome possui.   Na TV a série A Grande Família é exemplo do que seria uma família? Talvez, sim, pois há os que se julgam cheios de direitos e nenhum dever, com se tivessem direito a um cartão especial "bolsa família". Há parentes que não largam a teta e também os que quebram os laços sem dó nem piedade, pensando que podem seguir sozinhos vida afora. Como dizia minha avó tem gente que  “é só o venha  a nós, mas ao vosso reino nada”.  Haja paciência!...Concluiu Maria.







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