sábado, 7 de setembro de 2019






                  A VIDA E SUAS LIÇÕES







Idosos cuidem bem da sua saúde e segurança! Fiquemos todos atentos com o que pode ocorrer com aqueles que estão perto de nós, e devida à idade - os menores e os idosos - que  precisam de maior atenção.

O que poderia alterar a tranquilidade daquele dia? Depois do almoço com o marido Edivis fez sua costumeira sesta de 10 a 15 minutos, repouso suficiente para seu saudável corpo de 80 anos, mesmo que o “peso da idade” já lhe cause algum incômodo. Ágil no andar, saiu do quarto, e, de imediato, foi até a sala, com a intenção de verificar pela janela do apartamento no 4º andar se o caminhão de entrega já estava embaixo do prédio. Esperava as peças do armário encomendado em conceituada firma de móveis pré-moldados, para ser montado no dia seguinte. Havia um atraso na entrega, estava apreensiva. O casal aos setenta anos  resolveu voltar para seu antigo apartamento, depois de duas décadas de experiência numa ampla casa, quando os filhos ainda estavam na companhia dos pais, agora todos casados, em seus apartamentos. 

Edivis estava um pouco agitada quando atravessou a sala, não se deu conta que no meio do caminho havia uma peça de bronze, em tamanho considerável, resquício de um lustre de sua antiga casa no Lago. Minutos antes o marido descera com o pesado adorno para  guardá-lo no armário da garagem,  esquecendo o contrapeso que fazia parte da engrenagem. O lustre ficaria guardado à espera que alguém se interessasse por ele, seu tamanho e suntuosidade. Já dizia o poeta: “No meio do caminho há uma pedra; há uma pedra no meio do caminho”. E sendo assim, é bom saber do cuidado que deve existir numa residência com crianças e pessoas idosas, a segurança redobrada.

O marido de Edivis não viu aquela peça, que ficou esquecida dentro de um saco no meio da sala. E foi uma atitude por demais imprudente da parte de sua mulher querer chutar para o lado aquele saco, que não estava vazio. A “coisa” ali dentro fez então com que ela se precipitasse contra os bancos de um bar à frente. É quando ele chega da garagem, entrando pela porta dos fundos, e ficou atônito, sem saber de onde vinha a voz da mulher em agonia. Atravessou a cozinha, atravessa o corredor, indo  em direção ao quarto, quando percebe que sua mulher estava estendida na sala. Vendo a gravidade do ocorrido, de imediato, providenciou socorro.

O atendimento médico e hospitalar que Edivis recebeu foi de bom a ótimo, a família tinha um bom plano de saúde. E ninguém desconhece a crise na saúde pública do país, que atinge a todos. Sofrer um acidente é a pior coisa que pode  acontecer a alguém. Um acontecimento para jamais ser esquecido. As dores e a cruel expectativa de algo mais grave, até mesmo angústia, de estar no hospital, para ser atendida de forma emergencial. No caso de Edivis, além de tudo isso, perceber que as enfermeiras estavam desconfiadas que ela fora espancada. Depois de alguns pontos no supercílio e uma tipoia no braço lesionada com certa gravidade, ela foi liberada, não havia necessidade de cirurgia com o previsto pelos médicos, de início. Meses de fisioterapia e podia se dar por feliz de poder continuar sua vida como sempre, com alguma limitação. E a amarga lição, que faz a pessoa aprender sobre a vida, mesmo que já tenha passados por alguns graves. O pior sempre é o que acontece por último.

A idade de um idoso aponta para um futuro em que mais assiduamente a pessoa vai precisar de assistência médica. Não dá para escapar. Tem as próprias dores que se acumulam, a que se acrescenta o sofrimento do próximo, que pode ainda uma mãe centenária, seu marido, filhos e demais pessoas do convívio. Sentir a dor do próximo, ver jovens e crianças que sofrem, numa idade que deve ser só de alegria. Pensar que estão todos sadios e acontece um imprevisto. Momentos adversos que têm de ser superados. Quantas pessoas que chegam à emergência dos hospitais com lesões graves, ou vítima de alguma doença incurável.  A dor física que Edivis sentia no corpo, se estendia  também para alma, indo na direção da dor  moral. Tão logo voltou para casa fez um jura de ter mais cuidado consigo e com todos em volta. Aproximava-se o fim de abril, a irmã vinha visitá-la, e ia encontrá-la ainda com o braço imobilizado, mas certa de que deviam apertar mais seus laços de amizade. O quanto a gente precisa uns dos outros!  

    
Aguardando atendimento médico no SUS



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