segunda-feira, 2 de dezembro de 2019



POEMA




Para Edmund Clerihew Bendey



   Nuvem toldava a mente, tempo uivava em alvoroço,

   Sim, malsã nuvem nas almas quando éramos moços.

 A ciência clamava o nada, a arte louvava o decaimento;

O mundo, velho e acabado; mas em tu e eu, encantamento;

   Abjetos vícios vinham à volta em ordem estranha — 

Luxúria que não tinha riso, medo que já não se acanha.

   Alumiando a agrura, como de Whistler o alvo achado.

Homens altivos traziam penas brancas, feito penachos.

   A morte, zangão que aferroa; a vida, mosca fenescente;

          O mundo era tão velho; e nós, adolescentes.

  Surjam até o pecar decente de jeitos não nomeados:

Outros se vexavam da honra; mas nós, nunca acanhados.

    Fracos seríamos, tolos, mas cá não falhamos, não nós;

Quando Baal cobriu o céu, não houve hinos em nossa voz.

     Crianças éramos: fortes de areia, fracos feito crianças,

 Erguíamo-nos bem alto, quebrando a amarga enchança.

  Loucos bobos da corte retinindo o vestuário colorido,

Os Sinos mudos — mas nossos quepes e sinetes foram

                             ouvidos.

 Não sem ajuda protegemos os fortes, bandeiras a tremular;

     E das nuvens os gigantes queriam o forte do mundo

                            arrancar.


                               G. K. C.


Poema de G.K. Chesterton para apresentação do seu livro 
O Homem que era Quinta-Feira

Católico fervoroso o filósofo está em processo eclesiástico 
para ser elevado  à  honra dos altares.

ROMANCE POLICIAL ALEGÓRICO



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário