sexta-feira, 19 de junho de 2020



PESQUISA DA QUARENTENA- CONTINUAÇÃO


                    

QUATRO PAPAS DOS NOVOS TEMPOS - 3





            


             A grandeza de uma época  engloba o pontificado de quatro  grandes papas: Leão XIII, Pio X, Bento XV e Pio XI.  Indispensável que haja uma renovação teológica. O movimento pela renovação dos estudos bíblicos teve início no pontificado de Leão XIII,  com a criação das Universidades Católicas. O Papado deu apoio decisivo ao movimento de constituição de quadros de intelectuais. O apreço desse papa pelo conhecimento, que fez a Igreja colaborar com o progresso da ciência, começando por abrir salas de leitura, cujo conjunto recebeu o nome de “Biblioteca Leonina”. Em 1887 faz mais, coloca o saber no lugar que lhe cabia estar, cria a Pontifícia Academia de Ciência.
         
           O merecido foi o apreço dado à Academia por Pio XI ao instalá-la no centro dos Jardins do Vaticano.  Desde então acolhendo em seu seio não somente católicos, mas sábios de todos os países e de todas as disciplinas que tivessem prestados serviço à inteligência. O médico e cientista brasileiro Carlos Chagas foi seu presidente de 1973 a 1990. E por ocasião do Concílio Vaticano, na Assembleia de votação da constituição Dei Filius,  Pio XI em sessão solene de 14 de abril de 1970, afirmou a necessidade de uma teologia sólida  para armar “a doutrina cristã contra os erros  múltiplos que derivam do racionalismo.” Ocasião em que o tomismo se instalou definitivamente no saber que doravante iria nortear os caminhos da fé nos novos tempos.  
              
             Antes mesmo de Marx ter difundido seu “materialismo histórico” alguns mestres nas Universidades  não perderam ocasião de ir buscar na História argumentos  próprios para mostrar que o passado católico  fora um tecido de tolices, violências  e horrores , na confessada intenção de “desonrar a Igreja.”  À apologética do materialismo opunha-se o dualismo de matéria e da forma ensinado por São Tomás de Aquino.  As doutrinas da irreligiosidade desde o início sendo objeto   constante de estudos pela Igreja. Jacques Maritain em ses cursos no Instituto Católico contribui poderosamente para que fosse difundido o tomismo entre as novas gerações de católicos, aplicado à metafísica, à estética e mesmo  à poesia e à política. O filósofo aponta as heresias do mundo moderno e seu “humanismo ateu”.
             
             Todas as revelações são críveis. Qual o fundamento  desse juízo?  A maioria dos apologistas respondem que é  conhecimento que o homem tem de si mesmo e do mundo.  A apologética da Igreja a declarar que o progresso científico ajuda o conhecimento do homem, mas deve estar a serviço dessa realidade, que o homem é constituído de corpo e alma, um ser eminentemente religioso, crente. O tomismo sai do âmbito eclesiástico e vai ser adotado por pensadores leigos, o que sucedeu antes da Grande Guerra de 1914, e se expandiu, dando lugar  ao neotomismo que animou um vasto setor da intelectualidade católica. A Suma Teologia foi adotada nas Universidades estatais. Sistema teológico diverso do de Santo Agostinho. Era o pluralismo que, afinal, estava na linha  do tomismo. Dissera Lacordaire, com certa ironia: São Tomás é um farol, não é o limite”.
            
           A apologética da Igreja, cujas bases foram lançadas no  Concílio Vaticano, afirma  que “a Igreja é por si mesma  um grande  e perpétuo motivo de credibilidade”. Numeroso teólogos  desde então empenhados num trabalho construtivo, propondo-se a expor a fé e mostrar as razões para admiti-las, objeto da apologética da Igreja e seus métodos a partir dos começos do século XX. Interessante é observar  numerosos leigos então dedicados  à apologética. Maurice Blondel, que  pisa os caminhos  pressentidos por Déchamps e Newman, propõe o “método da imanência”, seria a “necessidade da alma”. G.K. Chesterton, pouco depois, acrescenta outros argumentos, aqueles que se extraem do “bom senso”, oposto ao desregramento da razão humana. 
          
         Em 1943 o papa Pio XII faz seu apelo à dignidade da Igreja na sua iluminada encíclica Divino Afflantte, Spiritu, que deu à nossa época uma característica extraordinária.

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