quarta-feira, 27 de março de 2013




Acaba de ser aprovado no Senado uma lei que beneficia as empregadas domésticas, dando a elas os mesmos direitos que aos demais trabalhadores. Justo reconhecimento! A dona de casa tem que se adaptar e não pensar em demitir, pois as coisas não são difíceis como se pensa de início.




No quadro A Senhora e a Criada uma serviçal sai do escuro com uma carta na mão para entregar à senhora, que escreve o que pode ser suas confissões pessoais, comuns à época, ou mesmo calculando seus ganhos, até assinando uma carta de crédito, quando a criada chega. Criada dando as cartas? A senhora tira a atenção da escrita particular e coloca a mão no queixo, o que nos intriga, assim como ela própria parece intrigada com a mensagem que está prestes a receber. A elite que toma ciência sobre o direito pessoal da criada, em particular, ou das duas mulheres, direito inalienável de todas as pessoas, que não pode ser dado ou vendido. A relação do trabalhador com o patrão, ou patroa, que vai resguardar os direitos e deveres das partes, e no que diz respeito à liberdade individual. O que não significa total autonomia, quando não se tem direito no contexto social. O quadro de Vermeer expressa, pois, o pensamento básico de direito natural inerente a todos, e que precede a qualquer acordo, uma revolução no pensamento social, segundo a filosofia de John Locke (1632-1704). A filosofia política do inglês é que ao governo cabe assegurar o bem-estar dos governados, em um relacionamento não de senhor e escravo, nem de pai e filho, seu poder limitado, cabendo a soberania ao povo que elege seus governantes e os mantém enquanto nele confiar.  


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