domingo, 8 de outubro de 2017







                                     VIAJAR, MUDAR, FICAR
 




          Parece um ato de abandono viajar, e já na despedida vem aquele aperto, aquela estranha sensação de adeus, em vez do até logo, dito de coração. E ao partir já querer voltar. Daí a hesitação em fazer aquela viagem, ir em frente  na realização de algo sonhado ou imaginado. Por medo há quem nunca tenha realizado nada a mais que o de sempre, nem arredado pé de onde  fincou raízes. Mas como não somos árvores, às vezes é preciso mudar. Mudar de lugar pode ser mudar de vida. Não é como escolher o sabor de um sorvete, nem como premeditar um crime. Deixar tudo para trás é para quem tem fôlego e segurança do que faz.  Refazer a vida a cada passo nos leva longe sem correr maiores perigos. As pessoas atualmente incentivadas a serem afoitas. 

        Tudo parece tão fácil! Rápida a locomoção através dos modernos meios de transporte, acessível a todos, por terra, ar e mar. E ainda ficar conectado o tempo todo. Inclusive morar fora do rincão natal, sonho de muitos. Desejo e coragem podem não faltar, e, sim, discernimento para mudar de lugar, seguir rumo diferente do experimentado até então. Certo que todos têm que enfrentar um dia os medos para alargar os horizontes, e não seja um ato de covardia, fuga da realidade. As melhores oportunidades podem estar diante de cada um, basta abraçá-las. Valorizar o que se tem é decisivo para acertar o passo, chegar ao que se quer de verdade.    
           
     Aventuras todos podem encontrar nos livros, em especial, as crianças. A leitura que enriquece a mente, sana os medos, equilibra o ser.  Tenho saudade do tempo em que a decisão mais difícil para a criança era o menino escolher o livro para ler, ou o time para jogar, e a menina do mesmo jeito ler e brincar de casinha. As escolhas iguais para ambos os sexos, sem problema. O dilema hoje é querer dar às crianças poder para elas fazerem escolhas para as quais não estão habilitadas pela idade, por tudo, até mesmo decidirem qual sexo querem ter. O pior dos mundo que a idiotice, essa trágica deficiência humana atual, quer impor a todos.  
        
     As psicólogas Lulli Milman e Júlia Milman, mãe e filha,  em um artigo sobre o livro que escreveram juntas, “A Vida com as Crianças”,  apontam o erro que existe atualmente, crianças que não podem mais dizer gosto e não gosto, sem causar confusão na cabeça dos adultos, que entendem como se fosse “assertivas, opiniões irrevogáveis, diretrizes”. Pura sandice, pois as decisão essenciais só podem ser tomadas em pleno domínio de si, com plena consciência. Às crianças falta maturidade, assim como também há adultos imaturos. E por falar em viagem costumam dizer que o mundo é extensão da própria vida, uma viagem, que não para de acontecer. A viagem é segura, mas, cuidado, podem querer colocar uma droga em sua bagagem, ou algum maluco tentar desviar a nave da sua rota! Corremos riscos, sim!   

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