terça-feira, 15 de maio de 2018








                        

             ÉTICA  DO PRAZER


Educação, cultura, espiritualidade, sexualidade, um horizonte quase ilimitado de atividades e funções, constituem a existência humana. O prazer e os comportamentos sofrem influências as mais diversas. Todos nós, simples mortais, pecadores e santos levados por desejos e objetivos, que diferem ao sabor da vida. O gozo espiritual, que transcende o físico, tem origem nos anseios da alma, é inefável. Já o prazer material, sensual, vem da satisfação dos sentidos, do desejo da carne, que seja satisfeito, saciado, sadio. Sadio, não gozo sádico, anormal, do desequilíbrio físico e emocional. O sexo constituindo uma das fontes mais férteis e enigmáticas do fenômeno humano, diz Mario Vargas Llosa em seu livro A Civilização do Espetáculo, base para escrever meu texto.  

A sexualidade, colocada dentro de certas formalidades,  preserva sua natureza humana própria, como deve ser, e não se banalize, nem se animalize. Formalizado pela cultura, com freio, o sexo só acrescenta benefícios ao homem. Mas na modernidade tornou-se produto de consumo, o erotismo explorado de todos os lados. O perigoso da falta de cuidado ao tratar do desejo sexual, pois há uma queda do homem para a transgressão. Progresso não significa negação da regra moral, ou religiosa imperante. Temos atualmente a explosão de sexo na mídia, a literatura noveleira, que chega aos rudimentos da pornografia, as novelas pouco ficando a dever aos romances do marques de Sade.

O sexo na atualidade quer ser midiático. Noite dessa, o program da Globo, Conversa com Bial, trouxe uma entrevistada para falar sobre o poder da masturbação, o que as meninas deviam adotar, com cursos para ensinar essa prática. Um aprendizado, que nada acrescenta, e sim promove a perda do sentimento amoroso e do próprio erotismo. Do outro lado da tela os pobres mortais fora desses “avanços”, têm muito a lastimar. O certo é que o ato sexual não pode ser tratado como simples exercício físico. Sem as convenções, fora do ritual que enriquece, prolonga e sublima o prazer, há muito o que perder. Esses novos, novíssimos tempos, do vale tudo, redunda em permissividade, quando então os baixos instintos manifestam-se, e o sexo degenera para o abuso, a violência. Daí o número assustador de estupros, o que tanto preocupa a sociedade hoje em dia.


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