sexta-feira, 18 de maio de 2018






             
             LAICISMO, FUTEBOL 
             E CASAMENTO REAL






Característica do nosso tempo, o laicismo não tem a  função de se sobrepor, nem ganhar terreno sobre a religião, que conta hoje com uma forte de atuação laica. Entenda-se que laicismo não significa ateísmo. É o efeito positivo da secularização na modernidade, a opção por uma vida mais livre, responsável e laica, em vez do simples controle e censura dos poderes constituídos. Mas  sem família, sem religião, sem filosofia, sem arte, cria-se um vazio na vida do homem. A frouxidão moral e a evasão nas igrejas fazem  prolifer uniões e crenças alternativas, exóticas e epidêmicas. Certo que a sociedade se desintegra sem o apoio logístico da alta cultura.

A vida moderna torna-se a cada dia uma exortação ao entretenimento, à diversão, ao consumismo, em detrimento da vida familiar, da atividade intelectual, da religião, em suma, da civilidade. Padecemos de um baixo nível cultural. Uma mãe chegou a declarar nas redes sociais que sua filha é cara, no sentido de preço. Ora, essa mãe deveria falar que a filha tem valores. Passou-se a confundir uma coisa por outra. Fora do exercício do pensar, do valorar, acontecem os absurdos que  vemos, gente sem noção. Na internet, local precioso para a  informação, vemos a desinformação, as mentiras. Os blogs são  bem vindos, os que interagem em benefício das pessoas, no sentido de impulsioná-las a um ideal elevado. Alguns nichos subculturais com alguma utilidade para esse nosso mundo sem tradição, mundo simplesmente consumidor.

A mídia anuncia a Copa que acontece no próximo mês, o futebol paixão nacional. Antes vai acontecer um casamento real, o que acende nas pessoas aquela chama de pompa e tradição, o que só a monarquia inglesa é capaz de fazer e encantar mundo afora. O príncipe Harry casa-se com a plebeia Meghan Markle, artista, divorciada, afro-americana, ativista de causas sociais e mais velha que o noivo, o que leva à perplexidade, seguida de aprovação da maioria. Estamos já no século XXI, e não comporta mais preconceito de qualquer espécie. Meghan é uma mulher de valor como todas as mulheres que se prezam. Voltemos ao que mais interessa aos brasileiros no presente momento, ser campeões mundiais no futebol pela sexta vez.

Entre os esportes o futebol é o que mais se sobressai, fenômeno de massa, que une os brasileiros em um só coração. Mas o esporte das multidões não é tão inocente assim, em nossos dias as partidas de futebol deixam de ser um momento gregário, e tornam-se pretexto para a liberação do irracional, e se pode avaliar o instinto agressivo de rejeição ao outro, de conquista e aniquilação simbólica do adversário. Famosos os grupos violentos  de torcedores apaixonados em confrontos homicidas. O comportamento é de uma horda em fuga da vida civilizada. Acontecem os confrontos, guerras, não de conquista de espaço, mas de simples vasão dos instintos primais. Não é para ser assim,  afinal o futebol nada mais é que um esporte moderno que deve ser apreciado por torcedores civilizados e não primitivos inimigos. 

     Casamento real e a Copa do mundo são dois espetáculos midiáticos esperados com ansiedade para acontecerem; o primeiro, no próximo sábado, o segundo, mês que vem. Que tudo ocorra bem e o final seja feliz, para a família real e para nós, brasileiros, mais uma vez sermos campeões mundiais.    
  
  



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