quinta-feira, 14 de março de 2019





                        MELHOR IDADE

               
TURISTAS IDOSOS NOS JARDINS DE GIVERNY - FRANÇA
  

        No  mundo atual há tanta novidade produzida pela engenhosidade humana, que avança, como nunca se imaginou tempos atrás. Tem o  computador, o projetor de cinema,  a televisão e, por fim, os aparelhos eletrônicos, que produzem sons na maior altura, ensurdecedores.  Tudo o mais que existe para encantar a vida do homem contemporâneo, mas que pode fazê-lo penar na ansiedade, por querer mais e mais benesses. Artefatos surgem como que do nada para criar sonhos, e  também promover pesadelos, essa a verdade. Enquanto nós, os antigos, somos criticados quando dizemos que no passado as coisas eram diferentes, os desejos eram regrados, e os sonhos sempre belos, com possibilidade de se concretizarem. Não tem, por exemplo, como comparar o pintor de Giverny, Claude Monet, com esses que expõem cenas degradantes nos museus, e se dizem artistas da vanguarda, é de chorar. Na velhice, como em qualquer idade, temos que caprichar na arte de viver, ou levamos a maior surra da vida. 

                  Os mais velhos não mais precisam, ou querem, fazer coisas para se mostrar, nem pensam mais ser elogiados por isso ou aquilo. Mas por amor à vida, e da felicidade nunca desanimarem, podem gozar uma vida plena, mesmo com certas limitações. Na verdade todas as idades têm suas limitações: na infância é a incapacidade de se deliberar; na mocidade são as obrigações do trabalho para ganhar o pão de cada dia, acrescidas do esforço físico, mental e emocional para criar  os  filhos, bênçãos em nossas vidas. Mesmo aos oitenta, noventa ainda são bons tempo para expor o saber, toda poesia acumulada. Melhor idade, não é mesmo?
                 
                Depois dos sessenta e pela vida afora, ainda há fartura de ideias e de desejos por realizar, mesmo na idade avançada. Se não se quer, nem pode mais  viajar, sentir alegria nas caminhadas pelo bairros, onde se descobre belezas antes ignoradas, por desatenção. O quanto a natureza é pródiga, é de estarrecer o sol se pondo. O que não vale é se meter na vida alheia, mas aconselhar é com Maria mesma. Falar para as pessoas da sua idade não serem glutões, e que  em tudo se reduza a quantidade e se capriche na qualidade. Escolher bem o que fazer e não deixar nada pela metade. Forçar a memória recente e tudo o que se faça, seja bem feito, como sempre foi, ou até melhor daqui para frente. Não perder oportunidades preciosas de ser e fazer as pessoas felizes. Realizar tudo que for possível e quiser realizar. 

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