sexta-feira, 25 de outubro de 2019






                  NÃO AO PRIMITIVISMO!





O instinto de sobrevivência, os medos e um grande tédio assolam o homem em sua passagem pela terra. Um ser racional, que tem necessidades especiais, e conta com sua mente para adquirir conhecimento e criar meios de se aplacar e alegrar. Os antepassados adoravam o divino céu que os cobria, com o esplendor do sol a iluminar o dia e a linda lua para iluminar a escuridão da noite.  Diante do estrondo dos trovões, procuravam aplacar a ira divina com o que estava a seu alcance. A princípio, na simplicidade dos mitos e ritmos, com deuses, danças, bebidas, cantos, instrumentos rústicos de som, e por aí vai.

Dia após dia avança o homem em conhecimento e espiritualidade, até o ponto final, que nunca foi dado, nem o será. Razão e fé em encontros e desencontros. Tão diferentes as finalidades da Ciência e da Religião, mas tão próximas. Ambas tendo em vista a satisfação do ser, chamado humano, cujo corpo nutre-se da terra, mas tem uma alma que busca o alto, ou o reencontro com o Criador. Antes teve a torre de Babel, o conhecimento mágico, até que se aportou à filosofia, à teologia cristã, às leis civis, por fim, a ciência e a tecnologia, que tanto nos afetam e confortam. E tem a santa Igreja Católica, fomentadora da civilização ocidental.  

No Vaticano o papa realiza neste mês de outubro de 2019 o Sínodo da Amazônia, as intenções as melhores possíveis, mas as coisas parecem sair do controle. Fala-se de uma ecologia integral  para alentar a vida pastoral e se possa estender o olhar alargado à natureza bem como aos pobres e às relações sociais. Mas que esse alargar não venha desvirtuar a doutrina católica, que visa, em especial, sua missão evangelizadora. Levar a luz do conhecimento e da fé aos povos da floresta, nossos irmãos, que vivem em situação precária, quer material, quer espiritual, sem que o progresso tenha chegado até essas pessoas.

Em 2017, bispos católicos da Espanha  juntaram-se aos protestantes e ortodoxos para lançar a etiqueta igreja verde, com o intuito de encorajarem a conversão ecológica de paróquias e comunidades afastadas, por uma vida mais simples, em respeito ao ambiente. Agir de forma correta, em nome da responsabilidade ecológica que se deve ter nos novos tempos. Isso não quer dizer que na Amazônia se deva adotar os símbolos das crenças primitivas, que de certo modo ferem a doutrina cristã, e em nada acrescentam à fé católica. A inca Pachamama não tem nada a ver com a Virgem Maria, a nova Eva, venerada pelos católicos, apostólicos, romanos. Ponto final.

Nenhum comentário:

Postar um comentário