quinta-feira, 26 de junho de 2014




                             

                     O SILÊNCIO DAS INOCENTES
            



A Copa trouxe à baila o problema do turismo sexual no Brasil, o país acusado de favorecer tal estado de coisa, com as propagandas em que aparecem mulheres com pouca roupa, as “popozudas”, para promoverem os pontos turísticos e ofertas de algo mais. Claras as intenções, ou, no mínimo, duvidosas. Com a vinda em massa de turistas para a Copa, na maioria homens, a coisa ganhou maior proporção. Saiu a notícia que o governo havia instituído a bolsa prostituição, no valor de 2000 reais, para que as garotas se apresentassem melhor, uma maneira de minimizar a situação, em vez de tentar coibir tais práticas. É assim que se resolve o problema no país: “Se pagar bem que problema tem?”  Luciano Huck  teria aconselhado através de post na rede social que as moças aproveitassem a Copa para arrumar namorado estrangeiro, e muitos brasileiros estão se passando por gringos para faturar alguma dessas oferecidas ao mercado do sexo. Depois das críticas furiosas que recebeu, o apresentador justificou-se, que a intenção era igual a do programa Namoro na TV, mas prontamente retirou a postagem da internet pela má repercussão, lógico.
           
            Vivemos momento delicado de mudança de costumes, as coisas não bem definidas  do que é certo e errado,  espécie de vale tudo. No passado recente as moças sofriam abusos, geralmente dentro da própria família, poucas as que não têm algo para contar nesse sentido, algum ataque, em casos extremos até expulsas de casa, tidas como responsáveis e não vítimas. O silêncio alimentava tal estado de coisa. Quem tinha coragem de acusar um pai de família? Seria pior para a vítima, por seduzir o homem, mesmo que ela fosse uma criança e ele um marmanjo de ficha suja?  Dentro do lar o homem era o todo poderoso. Era comum, pois, as moças passarem tais vexames. Aconteceu uma menina recém-chegada do interior ser tomada de pavor, ter um ataque de nervos ante um parente da família na casa onde ela foi morar e estudar. Reagiu, menos por coragem que por descontrole emocional, pois nem todas eram de ferro, para aguentar em silêncio uma coisa dessa. 
          
           De ferro ou de metal mais nobre, o ouro, o caso exemplar de Maria Goretti, elevada ao altar pela igreja católica, depois que foi morta defendendo sua pureza, com a graça que Deus lhe deu, e dá a cada uma, podem acreditar. Eram comuns no passado os ataques às moças que estivessem desacompanhadas, ou sem alguém de olho nelas para defendê-las de serem abusadas. Coisa de tempo de guerra, os horrores que aconteceram na Bósnia, mesmo que também aconteça na paz. Paz e segurança que nunca existiu, nem vai existir no nosso mundo cada vez mais perigoso, sem que haja leis duras para coibir as agressões à mulher. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário