domingo, 19 de agosto de 2018







            BENTO XV E PIO XI

                                                    SEGUNDA PARTE




Por breves e eficazes anos atuou o papa Bento XV, já no limiar dos anos vinte passando a Igreja a intervir em todos os setores sociais, sensível sua presença no cenário político mundial, mesmo onde antes havia sido barrada. A jovem força católica disposta a participar na construção do que se desenhava um futuro fascinante. Pio IX havia proibido os católicos italianos de participarem na vida política do país , o que já tinha sido atenuado por Pio X, que por sua vez rejeitou as Associações Católicas, a dita igreja laica, que mais tarde  receberia aval do Papa..... Não haveria mais uma luta conta a modernidade, mas importava atuar ao seu lado, oportunidade para a Igreja se situar no primeiro plano na história mundial contemporânea. O papa Bento XV teve de inclusive de atender ao apelo da igreja Ortodoxa russa, que sofria perseguição, ao mesmo tempo que tratou de organizar a Igreja católica russa, já que o Ortodoxia deixava de ser a religião oficial.  Bento XV canonizou duas das mais santas figuras da história da França: Santa Margarida Maria Alacoque, a mística iniciadora do culto do Sagrado Coração e Santa Joana d´Arc, tantas vezes invocada como a santa da pátria. 


BENTO XV



















PIO XI



                O catolicismo social nascido na consciência dos leigos, mas levado à frente pelo Vaticano e seus chefes supremos, os papas. Estabelecer a cooperação laica para a difusão da Mensagem, invocando mais fortemente os fiéis à responsabilidade pelo futuro cristão. Pio XI, eleito papa em 1922, a quem o que mais importava no momento era opor ao comunismo algo diferente do que o capitalismo selvagem. Fundamental o papel da Igreja para a paz social, a terra fecundada cuidadosamente por aqueles católicos que proclamavam a encíclica Rerum Novarum, então crescente a influência do catolicismo sobre os partidos e mesmo sobre os regimes. A encíclica Quadragésimo Ano de Pio XI fornece elementos de reafirmação desses princípios, que estão na base de toda e qualquer ação social católica. Resumindo: a encíclica é um ato de fé que deve levar à ação. A grande encíclica Mater et Magister de João XXIII, ia resumir a  encíclica  Quadragésimo Ano. Também no plano intelectual se manifesta a presença do catolicismo social. Era mais que tudo uma reação ao comunismo ateu, que estabelecia regras justas para os trabalhadores, reconhecendo o direito do assalariado e do empregador — a Igreja empenhada nessa ação, a partir de LeãoXIII.


Com Pio XI a Igreja se envolvia, não na política, mas numa ação social efetiva junto às classes trabalhadoras. Enquanto o marxismo revolucionário queria impor uma concepção total do homem e da sociedade, doutrina esta inseparavelmente unida a uma ação — os cristãos podiam, de seu lado, reivindicar outra, e dizer que também eles trabalhavam para promover o mundo de amanhã. As desigualdades escandalosas deviam ser eliminadas, sim,  os cristãos agiam de acordo com os Evangelhos, ao lado dos menos favorecidos, arrancando das mão do inimigo as armas que acessavam sobre a fé cristã. Os católicos então cooptados pela Action Française com suas manifestações de rua e  atos violentos, fato que intranquilizou o episcopado, levando Pio XI a agir com rigor. Condenou qualquer ação fora das regras estabelecidas pela fé cristã.  A crítica da Igreja incidia com rigor sobre dois pontos: o “naturalismo positivista”  e o “ nacionalismo exagerado” . Auguste Comte, autor do Catéchisme positiviste, tornava-se o mestre do humanismo ateu, do qual têm procedido as piores heresias do mundo contemporâneo. Não tardou a prosperar a ideia de ser eliminada a religião da face da terra.  Batalha de ideias, em que felizmente se destacaram grandes escritores católicas e sociais, entre eles Maurice Blondel, Jacque Maritain e G.K Chesterton.    

BIBL. DANIEL- ROPS - HISTÓRIA DA IGREJA - vol. IX  - A IGREJA DAS REVOLUÇÕES II

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