terça-feira, 7 de agosto de 2018






         JK E SUA DIAMANTINA

Como pode um peixe vivo 
 Viver fora da água fria.
 Como poderei viver, 
 Como poderei viver,
 Sem a sua, sem a sua, 
Sem a sua companhia.”



PRAÇA JK - MARCO EM  DIAMANTINA


Em agosto de 1976 a emoção toma conta de Brasília, uma multidão acompanha o corpo do ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, fundador da cidade, que sofrera um acidente automobilístico. Ao longo do trajeto do aeroporto até o cemitério as pessoas cantavam todos a música de Milton Nascimento, Peixe Vivo. Os restos mortais  de JK hoje abrigado no monumento em sua homenagem na Capital Federal. Nascido  em Diamantina, Minas Gerais, um  dos mais ricos estados brasileiros, suas entranhas ricas em ouro, pedras preciosas e semipreciosas, suas montanhosas encostas com o material necessário para esculpir e também revestir igrejas e casas,  calçando de forma especial suas ladeiras.

A turística cidade de Diamantina traz de volta ao visitante as lembranças de um antigo passado, também, dos mais recentes acontecimentos do Brasil, quando em 1950 seu mais ilustre filho foi eleito presidente e tratou de cumprir a Constituição transferindo a capital federal para Brasília. Diamantina respira Juscelino, os turistas a se depararem com pessoas orgulhosas de terem conhecido uma pessoa nascida ali, tão importante e querida no País que governou. Fato raro nesses novos tempos de personalidades políticas odiadas, retratos do que há de pior, em todos os sentidos.  E pelo que entendemos da história de Juscelino, a maior ambição desse mineiro interiorano era simplesmente exercer a medicina, para a qual diplomara-se. Mas aquele garoto que corria de pés no chão pelas ladeiras de Diamantina tinha um grande destino, do qual ele mesmo não podia imaginar.

Humilde e simpática a casa onde habitou Nonô e sua irmã mais velha, Naná, sob os cuidados da mãe D. Júlia, professora estadual, que o filho ilustre a define com uma pessoa doce e ao mesmo tempo firme. O pai falecido vítima da tuberculose, após viagens efetuadas em sua profissão. O antigo quarto do menino da casa, no passado dava para um antigo quintal, onde hoje está construída uma pequeno edificação, contendo uma biblioteca com os livros de leitura de Juscelino e um pequeno espaço para conferências. Na parte superior a representação do que foi seu antigo consultório, com seus apetrechos de trabalho. Podia aquele menino imaginar tal coisa? Tempo de infância, onde o melhor é viver,  comer jabuticaba, brincar na rua, e também ler — o que desde cedo o futuro presidente do Brasil também amava.

Simplicidade e carisma de um presidente que governou o país de 1956 a 1961, e fez com que o Brasil entrasse numa nova era. O passo acelerado com que o mundo mudava, deixava para trás aquele ritmo lento em que se vivia. As transformações da vida prática dos homens, o sentir próprio da existência de cada um. Pouco que  se sentia, mas as mudanças estavam ali para valer, era só  pegar carona, e ir em frente com coragem. Coragem que nunca faltou a Juscelino, nem aos brasileiros, que o acompanharam e souberam enfrentar os dias difíceis, mas não esmoreceram. Sobravam dificuldades a enfrentar, as  necessidades maiores do que se podia imaginar, num pós-guerra provocada por uma Nação  hegemônica, uma ideologia absurda, que queria dominar o mundo, apoderar-se do planeta, mas o que fez foi deixá-lo   sob escombros,  o futuro comprometido.

Ao mundo em frangalhos faltava fundamentos sólidos para edificação de um futuro estável. Passamos a sofrer de contínua instabilidade, como uma espécie de doença muito grave, que nem toda a ciência e tecnologia, que irromperam avassaladoras,  iam conseguir debelar. Laços se quebraram, outros se firmavam, mas o que restou de mais sólido foi a conexão  entre homens e máquinas. Melhoraram todavia as relações entre as classes e entre as raças, temos boas transformações na vida prática, e o homem em busca  ainda maior por um sentido na vida.  Não há milagres, saem premiadas aquelas Nações que andaram em ritmo mais seguro, às quais  se impõem valores de reconhecida validade, as pessoas idem.  A Igreja Católica sempre  empenhada em se inserir nas novas ordens das sociedades, tendo — como tem confirmado a história — implementado as bases da civilização ocidental. E  agora enfrenta de modo mais imperioso a ameaça do ateísmo, que trama dessacralizar a realidade da vida, pregando o fim da religião. Deus nos guie e ampare. Amém!

CASA DA INFÂNCIA DE JUSCELINO EM DIAMANTINA
        

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