quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

 

 

  

                   

          O ANJO DA GUARDA

 


 

E agora Maria? Evocação ao poeta, dirigida a si mesmo. Maria pensa nas pessoas queridas que partiram. Rebate: Mas seu tempo não acabou. Repentino medo, ela fecha os olhos. Vê o anjo da guarda, igual aquele de prata dos Presépios das igrejas que ela visitava com a madrinha na infância. Vem a saudade de um tempo difícil, mas de muita fé.

É natal, os presépios instalados na casa são projetos de felicidade familiar e pessoal. A memória preservada nos objetos de fé, para que  o tempo não leve tudo embora. E o bem sobreviva, o amor sobreviva e os bons sentimentos sobrevivam, a fé católica sobreviva. Verdade que nenhuma fé é pária. E se tem a canoa da Pachamama, em contrapartida, tem a barca de Pedro. Importa discernir em qual das duas a pessoa navega.

Ainda agora que envelhece  Maria confia no seu anjo, responsável por sua sorte. Faz parte da herança católica, civilizatória e cristã, acreditar na benfazeja imagem religiosa do anjo da guarda. E desde que se entende por gente Maria confia no anjo para sua proteção particular contra as ciladas do mundo. Anjo que inspira bravura na medida certa. Afinal, além de proteção, há que ter coragem para seguir em frente, sem perder-se de si mesma.  

Há a perenidade da fé, mesmo que as coisas já não sejam como antes. Invocar o anjo continua a fazer parte da  vida religiosa. Proteção que vem de dentro. E o que sentimos de bom, a fé que temos é como uma declaração de amor ao mundo. Amém, amém!   

 

 

 

 

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