terça-feira, 14 de janeiro de 2014





             DE PIO XII A FRANCISCO - parte I

  




São sete papas de 1939 a 2013: Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e Francisco. Um período de setenta e quatro anos, não tão longo para a história da Igreja Católica, mas tempo suficiente para a fé cristã percorrer um caminho nada fácil, e estaria em maus lençóis sem esses papas extraordinários, que ocuparam na hora certa o trono de Pedro.
          
         O venerável Pio XII, em seu longo papado, enfrentou o nazi fascismo, depois o comunismo. Assíduo em suas mensagens pelo rádio, novidade em transmissão de notícias, o papa  da paz declarava que havia chegado a “hora das trevas” e que todos orassem para que fosse “banido o espírito da discórdia que se abatera sobre a humanidade”. No Natal de 1942 condena a perseguição aos judeus, o mesmo ano em que consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria. Em 1943 reafirma sua condenação à política nazista. Visitou os bairros de Roma para levar alento aos feridos de guerra, vítimas dos bombardeios anglo-americanos.  Quando os nazistas invadiram Roma, abriu a Santa Sé aos judeus que ali se refugiaram, também os mosteiros, só em Castel Gandolfo foram três mil.  Hitler ameaçou sequestrar o papa e se apossar do Vaticano.  Em 1943 publicou a encíclica Mytici Corporis Cristi  base para a Doutrina Social da Igreja, juntamente com a Rerum Novarum (Das Coisas Novas) do papa Leão XIII (1878-1913) que condena o marxismo como heresia. Com os católicos perseguidos na denominada “cortina de ferro” o papa Pio XII declara que “soara a hora capital da consciência cristã”. Em 1952 lança o Decreto Contra o Comunismo e promove a Consagração da Rússia ao Coração de Maria. Após a guerra, em 1948, foram convocadas as eleições na Itália, saindo vitoriosa a Democracia Cristã, com a derrota do PCI, uma coligação de socialistas e comunistas. 
        






         Italiano, como seu antecessor, João XXIII foi eleito papa em outubro de 1958, pontificado que durou apenas cinco anos. Pertencia à Ordem Franciscana Secular. Capelão militar do Exército italiano durante a Primeira Guerra Mundial, foi eleito para ser o papa da transição, devido à idade, mas surpreendeu ao convocar de imediato o Vaticano II com a finalidade da renovação da Igreja, concílio que só foi concluído no pontificado seguinte, por Paulo VI. Depois de duas guerras mundiais e as mudanças que ocorriam no mundo, a Igreja precisava estar preparada para lidar com a modernidade que batia à porta. Na encíclica Mater et Magister (Mãe e Mestra) as palavras chaves Comunidade e Socialização, o que não significa comunismo, embora tratasse das questões sociais, em defesa dos pobres e da justiça para o trabalho. Em 1963 publica Pacem In Terris (Paz na terra) onde cita a razão do progresso para promover a dignidade do Homem. Propõe o desarmamento num período em que proliferaram as armas nucleares, e o auge da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética. O Mais importante documento do Vaticano II foi a Constituição dogmática Lumen Gentium (Luz dos Povos) que trata da Igreja como instituição e corpo místico de Cristo, com forte influência da encíclica de Pio XII, Mytici Corporis Christi.
          





        Com o nome de Paulo VI, o cardeal Giovanni Maria Montini iniciou seu pontificado após a morte de João XXIII.  Coube a ele implementar as reformas do Vaticano II. Foi considerado o mais próximo colaborador de Pio XII, que o designou bispo de Milão em 1954. João XXIII o elevou a cardeal em 1958, a quem substitui como papa Paulo VI. Seu lema, renovação e propagação de Cristo. Conclui os trabalhos do Vaticano II interrompido com a morte de João XXIII, enfrentando frequentemente as expectativas conflitantes de grupos da Igreja católica. Devoto mariano publicou três encíclicas marianas. Procurou entender o que acontecia no mundo à luz da fé, defensor do fidei depositum. Publicou a encíclica Humanae Vitae que trata de assuntos da família, da ética e bioética, como aborto, contracepção. Suas referências sexuais, inspiradas na moralidade sexual cristã, considerada por alguns um retrocesso em relação ao Concílio Vaticano II. No entanto, o Papa seguia a linha da Mater et Magister do próprio João XXIII. O papa visitou os cinco continentes e promulga a Carta Apostólica Africae Terrarum, reconhecendo os valores tradicionais da cultura africana: “A Nova África  que surge pela mediação redentora de Cristo e a intercessão  da Maria Santíssima e S. José”. Hoje o catolicismo está em grande expansão no continente africano.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário