quarta-feira, 29 de janeiro de 2014




                                      JUVENTUDE 2014

        




                 Entramos no século XXI com uma população numerosa, jovens em sua maioria, um enorme bolsão, dizem as estatísticas. Habitantes da periferia das grandes cidades, eles procuram espaço para se divertir, o que mais os jovens gostam de fazer. O número é alto, o gênero meio confuso, mas o grau é que está perto de zero, em educação e cultura. Basta escutar o Funk, gênero musical dessa juventude, o nível musical baixíssimo, com letras ruins o mais que pode ser, com a aspiração de sucesso relâmpago. Foram esses jovens alçados à classe média, não tão média assim, e passaram a consumir, para serem conhecidos e admirados, em suas hostes. Amantes das grifes e do exagero, possuem um palavreado inconfundível.  Do gingado do samba ao rebolado do funk esses jovens se destacam pela ousadia, Falam em superação, mas os grupos musicais que os representam, demonstram em suas letras as péssimas intenções, o caso do funk “Ostentação”. E do mesmo modo que um funk alça as alturas da fama, perde logo para outro mais ousado e doidão. Há o “Pancadão”, comandado por Nego do Borel, nome do morro de origem, que diz querer menos ostentação e mais favela, prima por doses cavalares de letras obscenas. Não é raro o funk fazer referências ao tráfico, simpáticos aos bandidos, o caso do “Proibidão”.
      O Funk  veio dos Estados Unidos, onde os  músicos negros misturaram vários ritmos, dos espirituais, das canções do trabalho, dos gritos de louvor, do gospel, jazz  e blues. De um acorde só, sincopado, em batidas repetidas, o funk aqui adotou o ritmo das batidas do terreiro da Umbanda. Devido a conotação sexual inicial, a palavra funk era considerada indecente, sentido que guarda até hoje. O processo que seria de autoafirmação, na realidade, é uma demonstração da pouca instrução e formação desses novos meninos e meninas de rua, como se declaram, com a intensão de tomarem conta das ruas, onde o funk nasceu. E no afã de sucesso em algumas de suas letras o funk tece elogios à pátria, bajula a fé, de uma forma que é só provocação.  Tendem a um moralismo à moda funk.  De Valesca Popozuda o funk onde ela grita: “Acredito em Deus e faço ele de escudo.” Ao mesmo tempo lança farpas em si mesma: “Tá rachando a cara, tá querendo aparecer”. Seus derivados são o rap e hip hop. 
       Só para terminar, o Brasil está em em oitavo lugar em número de analfabetos adultos e o penúltimo no ranking de qualidade de educação. Esse atraso pode explicar o fenômeno que arregimenta grande parte da juventude brasileira, o funk e os rolezinhos nos shoppings, onde esses jovens costumam frequentar, agora em  protestos por terem sido impedidos de fazerem barulho nas ruas, por questão de sossego da vizinhança. 
         Nota: Texto extraído, em parte, da reportagem especial de VEJA com o título A MARSELHESA DO SUBÚRBIO. 

      

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