domingo, 22 de fevereiro de 2015





            SEGREDOS

 




              Segredos são segredos, doces ou amargos, nosso íntimo, amplo ou estreito, como uma moradia povoado de afetos, com coisas que podem revelar quem somos de verdade. Fatos e feitos que acumulamos na vida, frutos da nossos hábitos e também da nossa possível esquizofrenia, que os psiquiatras dizem que temos de pôr para fora. Às vezes é bom, sim, analisar, desabafar, esclarecer certas dúvidas. Noutras calar, esquecer no porão o que já não nos toca mais, não interessa, é melhor deixar pra lá. E expor nossas ideias, nossos questionamentos,  pode ser como se equilibrar num abismo.

             Aos sete anos escutei pela primeira vez falar nos segredos de Fátima, revelados à Lúcia, Francisco e Jacinta em um encontro que essas crianças portuguesas tiveram com Nossa Senhora, em 1917.  A Europa em guerra, e os católicos recebiam mensagens consoladoras vindas do alto, metáforas para serem decifradas. A Igreja católica dava sua sábia versão. A “visão do inferno” seria daquela guerra, que logo findaria, mas viria uma outra. Imagino o medo dessas crianças diante da catástrofe da guerra e do ateísmo dos comunistas, até que os soviéticos se convertessem, promessa da Mãe divina. Francisco e Jacinto logo faleceram, como previsto nas visões, e passaram a ser venerados como santos pelos católicos. Finda as duas conflagrações mundiais, consolidada a paz e a fé em Nossa Senhora de Fátima, tivemos no Brasil a visita da imagem sagrada vinda de Portugal. Foi um momento extraordinário de fé. 

       Segredos, doces segredos, guardados no íntimo do ser, eles têm muito a ver com nossa vida espiritual. Muita gente hoje em dia perdeu a fé, coisa rara no passado não acreditar em Deus. Perde-se, todavia, o contato com o divino, a chave da vida, isso devido às solicitações matérias que sufoca o homem, e o concomitante despreparo para se viver em um mundo contemporâneo, tão conturbado, e mais ainda no outro, o mundo espiritual. Acreditar no amor, na bondade, no trabalho honesto pode salvar-nos da carência material e afetiva. Mas vou além, acredito em Nossa Senhora e no seu Filho bem amado, possuidores dos mistérios da vida, que nos pode conduz a uma vida mais rica.

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