domingo, 5 de julho de 2015





                O SILÊNCIO É DE OURO?

 


      Quando se diz que “o silêncio é de ouro” pode ser verdade em alguns casos, mas em outros, ao contrário, é arma letal. Todas as relações dependem, sim, de muita conversa. Falando é que as pessoas se entendem.  Mas tem quem ache melhor calar, deixar as coisas correrem numa boa... Boa para quem? Para ninguém serve silenciar quando é necessário o diálogo franco, sincero, amigo, com quem convivemos. Tem que falar, pois não vale a pena calar para escapar dos julgamentos, dos questionamentos, que podem ocorrer.  Não ter medo de falar, nem de escutar. Pior é ficar mudo ou surdo, quando então as coisas vão acontecer à revelia.

     Calar para fugir de discussões, de brigas? Mas às vezes é preciso enfrentar essa possibilidade, que ninguém é sempre um anjo. Sempre é melhor falar que criar insegurança, o que causa o silêncio de alguém com quem se convive, e acha que deve ficar calado, ou falar apenas o que lhe interessa. Quando o essencial numa relação é o diálogo. Falar a verdade, ou meias verdades, pois ninguém precisa sempre ser tão verdadeiro, a ponto de causar constrangimento ao outro. Não é hipocrisia ter compreensão, bondade para com o próximo. Matraquear não vale. Para não ser maledicente esclarecer as coisas. E se for alvo da maldade alheia, ter paciência, e deixar que o tempo se encarregue de levar o que é ruim e traga coisas boas.     

    O medo que se tem de errar o alvo, ser inconveniente. Mas quem aprende com o silêncio? Em certas ocasiões ele pode, sim, ser de ouro, noutras é uma pedra no caminho. O outro não merecer confiança, por exemplo. Aí não tem jeito. E quando chega a vez de “discutir” a relação é que a coisa fica feia.  Mesmo assim vale a pena tratar sobre o que vai mal. É infantilidade achar que o outro tem que aceitar tudo, sem questionar, o que pode resultar em aborrecimentos futuros. A omissão  compromete a relação entre as pessoas com quem se convive. Pode até ser confortável a curto prazo, mas ao longo do tempo é desgastante. Melhor  desabafar o que sente, para não sofrer depois. 

     Dizer o que se pensa na hora certa, falar o que se quer, ou não se quer, pode salvar uma relação do fracasso. Pior é ter um convívio opressivo com alguém, quando se tem de aceitar tudo calado, protestar jamais. Pode custar muito tempo de aprendizagem, mas um dia a gente aprende, inclusive, que nunca se deve sair de uma conversa sem antes entender bem o que foi dito. Nem sempre interpretamos bem as palavras do outro, muito menos o que pensa. Falar claramente, para que não haja mal entendidos. Duvidar não é crime. Mas esclarecer certas dúvidas é necessário, para que se enfrente a vida com competência e ser mais feliz.     

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