domingo, 3 de abril de 2016






                    
                 
                         FINALMENTE MADURA

 




               Os dias eram de comemoração da paz, prenúncio das maravilhas da ciência e da tecnologia. E o melhor de tudo, as liberdades individuais, que viriam a reboque do progresso. Com as mudanças, não que se pensasse em uma total liberdade, numa felicidade plena, que ninguém era imbecil para acreditar em tais balelas, o mundo dava provas de não ser fácil, mas valia a pena viver, ver e experimentar o que vinha pela frente. As garotas no comando de suas bicicletas vivenciavam o início desse mundo em transformação. Ainda que as festas de 15 anos e o baile de debutantes fossem um sonho de contos de fadas, logo a jovem entraria para a faculdade e seguiria carreira em alguma profissão. Estudar, trabalhar, casar. A última opção ainda em detrimento das demais, de acordo com o que tinha de ser na década de cinquenta e sessenta, quando não se pensava em controlar a natalidade, quase um crime hediondo.
               Dali para frente era lutar para que tudo desse certo em um novo tempo,  as mulheres na conquista do seu espaço fora de casa. Elas não eram iguais aos homens, mas tinham os mesmos direitos que eles de crescerem confiantes no futuro. Não queriam mais padecer no paraíso, tampouco no inferno, que seria um mundo despreparado para receber suas importantes colaboradoras. As pioneiras tendo de enfrentar certo preconceito, mas as mudanças iam em direção ao bem estar da pessoa em particular, e de uma bem constituída sociedade. Não podia, ou não devia, ser diferente. Um longo caminho a percorrer até que se possa dizer: finalmente madura.

                A sociedade madura, e, individualmente, chegar ao século XXI com segurança naquilo que se pensa e acredita. Menos complacente consigo mesma e com o mundo. Que haja tolerância, pois ninguém é dono da verdade, e se houver intolerância, que seja contra um falso progresso, que deve ser melhor avaliado. Usar a palavra sempre que achar necessário, pois não se deve fugir à responsabilidade. Conclama o padre aos assistentes das bodas que celebra: “Fale agora, ou cale-se para sempre.”  E sabemos que na relação homem e progresso, para que haja sucesso, não basta o desejo, a paixão, mas que se reflita melhor sobre o que se deseja realizar. Que a paz e o amor sejam preservados de todo mal. Amém!


 
 

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