terça-feira, 21 de novembro de 2017





                          

                     “ QUEM NÃO DEVE NÃO TEME...”
      






       Tempos atrás vivia-se no purgatório do disse-me-disse, as notícias espalhavam-se como rastilho de pólvora, principalmente as más. E veio a nós a internet. Na era da internet e suas redes sociais estamos todos conectados, e a maledicência nossa de cada dia corre como foguete. Sempre há o lado bom e o obscuro das coisas, sendo assim, em vez do céu, teríamos adentrado o inferno da comunicação via satélite.
       
       Todos hoje em dia gozam do prazer de se comunicar, até mesmo podem sair do anonimato. O ideal seria a pessoa ter critério em transmitir aos outros o que valha a pena, mas nem sempre é assim. Infelizmente o detestável também acontece.  Enquanto o mundo gira, a internet gira, tudo gira, a gente gira e pira. Virar notícias nas redes sociais, que coisa mais doida. Gente que pode ser promovida a celebridade de uma hora para outra, ou, ao contrário, ter sua reputação jogada por terra.
         
         Na pior que cair na tentação de agir e falar de forma inapropriada, até mesmo criminosa e a coisa ir parar nas redes numa velocidade incrível. Um velho jornalista, profissional com anos de estrada levando a notícia para o público televisivo, de repente, vítima da execração pública. Disse e repetiu uma frase apenas: “É coisa de preto”, ao reclamar sobre uma buzina insistente quando ia entrar no ar. Captada sua fala idiota, sem que se possa afirmar que o cara seja racista. O desastre consumou-se, e ele virou notícia ao lado de outros famosos e endeusados diretores e artistas do cinema americano, denunciados por abuso sexual e estrupo de pessoas vulneráveis.
                
         O sol já não nos protege, furamos a camada de ozônio, assim como furamos o filtro da nossa própria vida. Na ânsia de aparecer podemos ser engolidos pela turba, que está pronta para endeusar, quem quer que seja, ou massacrar. O debate público, que não acontece como devia, foi desviado para outros fins, e acabou no insulto, no abuso. A divulgação de notícias falsas é viral, gente que aproveita para extravasar seu ódio, suas frustrações, via internet. 
                  
      O homem contemporâneo sofre as consequências da sua febre de inventividade. Impossível fugir da ditadura da internet, que avisa pelas redes sociais: “Quem não deve não teme”. E eu me pergunto: “Quem se salvará”? Estaríamos todos para sempre condenados? A tecnologia é o que há de melhor para esse nosso mundo superpopuloso, mas que haja consciência do seu valor, e se entenda que a técnica pode muito, mas não tudo. Individualmente menos ainda. A tecnologia não está cima do bem e do mal. A conscientização começa por aí. 

           Adotemos o Dia da Consciência Humana.

  

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