domingo, 5 de novembro de 2017




                  
                 REDES NOSSAS DE CADA DIA

   
  


              “Verdade!” “Amém! Exclamações de concordância na internet. As postagens feitas nas redes sociais recebem aprovação, seja do que for.  Afinal, quem sabe onde está a verdade? E a mentira, onde se esconde? Somos enganados, ou nos enganamos, hoje mais do que nunca, todos os dias, todas as horas, todos os minutos. Sair em defesa dos animais foi a primeira ideia a ser acalentada para atrair simpatia nas redes sociais. A natureza também com muitos defensores. Os preconceitos expostos de forma abusiva. As crenças defendidas, ou atacada com a ferocidade de uma nova inquisição. No final das contas, a descrença aumentou, acirraram-se os preconceitos, a natureza sofre mais do que nunca, assim como o abandono dos animais não ficou menor que o dos humanos. O pouco interesse  pela vida ao redor continua, menor ainda a propensão para o pensamento, para o debate de ideias, para a conversão. Estariam as pessoas propensas ao ódio, ao ciúme, à inveja?
        
           No seu programa “Conversa”, Pedro Bial foi categórico: “A internet é movida a ódio”. John Green,  autor de sucesso escrevendo para jovens, é também categórico quando fala na Veja do caráter tóxico da internet, que se imiscui em qualquer lugar, todo mundo zangado, sem conseguir ter moderação, raras as conversas boas e produtivas. E digo aqui sem errar que é um reflexo do que acontece com o mundo contemporâneo em suas relações humanas. Aquela demonstração de amor das pessoas nas redes, os melhores amigos, e de uma hora para outra a coisa vira do avesso.  Entrei em pânico logo no início, mas já estou acostumada. Se bem que, de vez em quando, ainda sinta arrepios, com as “verdades”, ou mentiras deslavadas, ditas aos quatro ventos. Algumas denúncias frutos do feminismo, interessado em denegrir, quando o que se devia era agir, indiscriminadamente. O grande alcance da internet podia ajudar a abrir as cabeças para os graves problemas sociais. Uma utopia, ao que parece.

          A verdade não depende do olhar de fora, nem da maneira como o outro se apresenta. Há pessoas sedentas de aprovação, querem ser amadas a qualquer custo, e para tanto procuram impressionar. Um espaço propício para exposição são as redes sociais, coisa deveras arriscada, conquanto corajosa. É terrível o que há por trás dessa comunicação em que se julga uns aos outros, até em desacordo com o próprio juízo, costumam ir na onda. E há quem se ofenda por tudo, qualquer opinião é motivo de provocação. Não é deitar e rolar nas redes, tem que haver responsabilidade. Algumas postagens  são tentativas de amenizar os possíveis conflitos virtuais: “A verdade de cada um só Deus sabe!” Ou ainda: “Cada pessoa é que sabe dos seus pedaços que ficaram pelo caminho!” Há algum valor nas redes sociais? Sim, mas infelizmente, às vezes, parece que se trata de redes de intrigas, atuando mais como provocação para a guerra de egos. Conquanto uma guerra santa às vezes seja necessária.  
                

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