segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


    
As olimpíadas e o fator psicológico



Estamos ameaçados de ter um desempenho pífio na Olimpíada de 2016, se forem levados em consideração resultados anteriores. Segundo Carlos Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, a razão seria nossa fragilidade emocional, trememos diante do obstáculo. Em outras palavras, somos covardes, e por conta disso acabamos caindo de bunda no chão, ou desistimos de competir na hora do pulo para a vitória, quase certa, alegando a força do vento, o mesmo que soprava para todas as competidoras. Acho que somos irresponsáveis para com nós mesmos, em primeiro lugar. Afinal, para que ir até o fim, para que nos dar a chance da vitória? Melhor desistir, que avançar sobre o obstáculo para vencê-lo. Mas somos mestres em avançar sobre o outro, gratuitamente, só para rir da cara dele. Por sinal o riso é o nosso forte. Dizem que a prova da condição humana é o riso. Então somos o povo mais humano do mundo, o que não deixa de ser um consolo. Parece que a seriedade nos incomoda. Seria herança da ditadura que nos tolheu os passos, ou melhor, reprimiu politicamente, nos infernizou individualmente até bem pouco tempo?
      O caso é que temos medo de vencer. E ainda poder chorar pela derrota, condição indispensável para sermos consolados. O prêmio de consolação nos agrada mais que a medalha de ouro, de prata ou de bronze.  O riso e o choro se alternam na vida dos brasileiros, como num teatro de marionetes. Esperteza é o que não falta, e o exemplo vem de cima. Ganhar na esperteza e não na competência. Nesse campo minado perde-se a imensa força de trabalho que é a juventude, por falta de oportunidades de mostrar o seu valor, quando todos saem perdendo, de uma maneira ou de outra. Os políticos, todo mundo sabe como eles vencem nesse nosso país, comprando a consciência dos eleitores e depois os ignoram, ocupados em suas falcatruas. Chegam à reta final saltando obstáculos, não como atletas profissionais, mas como amadores que deram um jeito de conseguir a vitória enganando o eleitor, agindo sempre de modo obscuro. Diante dessa realidade a moçada se desilude, deixa de ter ideal, fica acomodada, acovardada, pois não pode mostrar competência, afinal a maioria está abaixo da média, num país onde a educação não é lavada a sério, como tudo o mais. A pesquisa recente realizada na Inglaterra sobre o nível de educação, entre quarenta países o Brasil ficou no penúltimo lugar.
     Será que nossa fragilidade é apenas psicológica, ou é mesmo falta de caráter? Podem dizer que isso se deve à colonização católica, portuguesa. Ou mesmo alguém sugerir a mistura de raças como a causa da nossa felicidade, também, desdita. O mais certo é que falta educação, cultura, amadurecimento, ao povo e a nosso país de apenas quinhentos anos. Temos que correr contra o tempo. Agora, mais que nunca, com a copa e a olimpíada chegando. Mas estamos mesmo é rindo atoa. Os atletas brasileiros como o povo em geral se contenta por estar feliz vendo o país sediar tão importantes  eventos.  Nesse sentido Nuzman é categórico: “Falta ambição pela vitória”. Não resta dúvida que o Brasil rico pela natureza e abençoado por Deus, tem um povo que gosta de sofrer, tanto quanto de ri atoa. Se  conseguimos chegar onde chegamos, seria o tal milagre brasileiro, é o que se propaga, com ufanismo. Tenho impressão que os outros países a essa altura estão zombando de nós.           




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