segunda-feira, 10 de dezembro de 2012



                 O MÉRITO



As ações que não envolvem apenas o indivíduo, e são quase todas, têm critérios a ser avaliados, e se possa fazer justiça quanto a seus propósitos, virtudes. Não é fácil julgar com equidade. Todo dia julgamos as pessoas, suas atitudes, afinal vivemos em sociedade, a começar pela família. Deve-se levar em conta que o princípio de não discriminação pode ser passo importante para que se faça justiça e se honre a quem de direito. Mas em primeiro lugar qualificar a ação na essência, para evitar o controverso, sendo difícil avaliar quem ou o que merece ser honrado, recompensado. Se alguém por um motivo qualquer age por interesse, mesmo que sua atitude naquele momento seja bem avaliada, trata-se de uma escolha acidental que pode se chocar com as virtudes essenciais. Avaliar, pois, finalidade, objetivo, propósito, para se chegar a um consenso sobre o que e quem deve ser honrado e recompensado.

A torcida inquieta sabe de que lado ela está do jogo, nada importa além do comprometimento, da simpatia, para com o time, o clube, determinada pessoa. Está ali na torcida pela vitória, e torce com esse objetivo. A vida também é um jogo, no dia a dia as pessoas levadas a disputar uma partida, em que entra nossa competência para jogar e conquistar a simpatia dos outros. Nossas escolhas direcionadas para a vitória, contando com a torcida. Você pode ser uma boa pessoa sem participar desse jogo? Se for para ter uma vida boa será fácil concluir que sim. O bonachão escolhe ser simpático, fazer concessões mútuas, o fingimento; o reclamão opta por ser antipático, não fazer concessões, ser verdadeiro, protestar. É a política que ambos adotam para alcançar um status na vida. Mas porque não posso viver sem essa política, simplesmente ser virtuoso? Diz Aristóteles que está em nossa natureza sermos políticos, quando nos realizamos plenamente. A natureza nos ensinou modos de ter uma boa vida, ou uma vida boa, cada um seguindo sua natureza. Felizmente a natureza também nos ensina a deliberar sobre o que é certo ou errado, o que é justo ou injusto, basta não nos desviarmos da nossa natureza humana, da nossa humanidade. 



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