terça-feira, 25 de dezembro de 2012



                                     CRISTIANISMO E CIVILIZAÇÃO 



    Para os religiosos - cristãos e de outras crenças - o mundo foi criado por Deus, que deu aos seres racionais o livre arbítrio, concedendo-lhe uma alma propensa para o bem, mas sujeita à tentação do pecado, cuja salvação vai depender da fé (os protestantes) ou das ações (os católicos). Todas as pessoas iguais perante o Criador, também, diferentes. Há os que se salvam pela fé, e os que se perdem, o que constitui um grande desafio para a humanidade, desde o primórdios da civilização. De um lado o universalismo religioso e cristão, fator civilizatório, que une as pessoas e do outro o secularismo ateu que as separa. A secularização com poder de acentuar as diferenças. 
   No contexto secular está descartado o fator religioso, somos indivíduos políticos, com direitos e deveres, autônomos. As soluções são apenas racionais, a humanidade preparada para resolver os problemas humanos físicos e emocionais, com decisões individuais e políticas sociais adequadas ao homem moderno, tecnocrata. Como explicar, então, tantas práticas religiosas no mundo que se diz pós-religioso? Uma espécie de desafio à própria razão. Como diz Pascal, “o homem tem razão que a própria razão desconhece.” A razão de ser da fé religiosa, que é a união das pessoas para dar um sentido à vida, superior á busca pela satisfação apenas dos instintos primários. Os povos pagãos com vários deuses, a identidade das pessoas ligada à religião que professava cada grupo, cada família. 
    Os hebreus, de fé monoteísta, escreveram o livro extraordinário que é a Bíblia, a base para o cristianismo ocidental, a princípio um pequeno e obscuro culto de perseguidos. Um dos perseguidores dos cristãos o judeu ortodoxo Paulo, responsável pela morte de Estevão, convertido a caminho de Damasco, após o que deu contornos à fé cristã para que se tornasse universal, adotada por Constantino para unir o Império, resolvendo a grande tensão entre romanos e não romanos. Ele não quis ser Deus, como os outros imperadores, e sim o eleito de Deus, a quem devia obediência. O Ocidente seria civilizado pela fé cristã, e muita água havia de correr por baixo da ponte até que se consolidasse em bases tão firmes, duradouras. 

               FELIZ NATAL, PRÓSPERO ANO NOVO!

Nenhum comentário:

Postar um comentário