terça-feira, 2 de junho de 2015





              MADRE DEUS

 

 

      Na capital do Maranhão, S. Luís, fundada por franceses –- daí o seu nome – tem um bairro de nome de Madre Deus, onde está situada a igreja mais antiga da cidade, a Igreja de Nossa Senhora do Desterro, a única no país em estilo mourisco. Com o tempo, a  decadência tomou conta de tudo por ali, justamente o local onde foi parar a antiga Zona do meretrício. Lembro do abnegado Padre Artur, com seu trabalho social, que  fazia mais como voluntário que religioso. O apelo do padre é que fosse levado àquelas mulheres educação e oportunidade de trabalho digno, e não conversão, que viria em consequência e não por imposição.

       S. Luís é cortada pelos rios Anil e Bacanga, e do outro lado das pontes erguidas em virtude da necessidade de expansão,  surgiu uma nova cidade, que cresceu e se modernizou, deixando para trás o casario  tombado e em grande parte abandonado. Apenas alguns locais preservados, num esforço muito grande para manter tudo aquilo em pé, quando não há interesse financeiro por trás.  Tem maranhense que não gosta quando se fala sobre o assunto, mesmo os ingratos. Mas é a realidade da minha querida cidade natal, da qual já decantei muitas vezes no meu Blog,  sobre seu encanto e beleza.

     Há pouco comparei S. Luís com Bruges na Bélgica, aquela linda cidade europeia, adormeida  devido ao fluxo financeiro que se deslocou em outra direção, mas que séculos depois reviveu para a alegria dos turistas. Que não demore tento a acontecer com nossa S. Luís. No Brasil temos ainda Ouro Preto, e outras cidades mineiras, todas muito pequenas e bem preservadas, repletas de turistas, mas nenhuma capital de um estado brasileiro.  Os bondes da progressista capital maranhense foram tirados de linha e o calçamento de pedra coberto de asfalto, situação irreversível. Que inveja dos bondes de Lisboa! Os turistas adoram.

      Jeito há, sim, de superar o abandono na capital maranhense. As praças rodeadas de meias-moradas, tristemente fechadas, e a cidade foi invadida por camelôs e assaltantes, só restando aos últimos moradores fazerem as malas e se mandarem para a Ponta da Areia, Calhau, Olho D´Água e etc. Tudo bem, que é mais seguro morar em um apartamento, dos muitos prédios erguidos do outro lado da ponte. As praias poluídas...  

       Queria mais era falar da Madre Deus. Fica para outra vez.       

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