segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

 

 

                                                             SONHOS

                        

 

                     O sonho do homem querer superar a realidade o faz criador de bens necessários à sobrevivência, também inventa toda sorte de peripécias para se refastelar e se amargurar. A épica natureza humana, que mal se adapta ao mundo que compartilha com os outros seres. Sem ter palavras que possam justificar essa sua aventura de consumidor irresponsável, destruidor contumaz da natureza, poluidor do meio ambiente.

 

           


                                             

                   No albor da modernidade, século XVII, as mulheres passam a ser vistas e apreciadas por sua inteligência,  seu trabalho em vários campos de atividade. O mundo até então eminentemente masculino, em constantes guerras por posse territorial e também guerras religiosas, a exigir da sociedade providências no sentido de paz e justiça. Que haja  paz entre os homens, e justiça para com mulher, a maior prejudicada com a decadência da família e o atraso social, em meio à corrupção dos costumes. No quadro Mulher Escrevendo, observamos uma jovem da nobreza, herdeira de respeitável tradição, que ela pretende honrar com a pena na mão, sabe ler e escrever, o olhar firme para quem está a observá-la fora da cena, a exigir respeito aos seus direitos. Direitos também pede a jovem no quadro Lição de Música Interrompido, dessa feita uma representante da nobreza decadente, abrigada em algum mosteiro, em condição de dependência, com o olhar marcado pela desconfiança, grandemente constrangida com a oferta do nobre ao seu lado, o que é uma novidade.

            As cidades crescem e surge uma classe social cujos membros, a partir de 1789, receberam o título de  “burgueses”. Alta, média e baixa burguesia. cujos olhares se distinguem conforme a posição em que se encontram na sociedade. Olhares femininos. E quão simpático é o olhar da mulher no quadro A Mulher e o Soldado  que fala da relação que ela  tem com um nobre combatente, chegado da guerra e merece atenção da dona da taberna, uma burguesa bem sucedida, que também batalha por seu lugar na sociedade.  Já no quadro Mulher Adormecida à Mesa temos a mesma, ou outra mulher, que está sentada sozinha diante de uma mesa repleta de objetos, com os olhos fechados, o que leva a acreditar que ela estaria cansada da lida diária, conquanto seja possível que  esteja adormecida a sonhar com o amor, além do sucesso. Já nos quadros A Rendilheira e A Leiteira as duas moças têm a atenção direcionada ao seu ofício, pois o que se exige da classe trabalhadora, como as demais classes, é atenção e eficiência.

                Hoje no Século XXI, de extraordinário progresso científico e tecnológico, não obstante isso, é bom dar uma olhada nos quadros de Vermeer. A atualidade da sua pintura, do seu extraordinário pontilhado. Ainda clamamos por reformas, no sentido de melhoria das condições humanas, quanto à riqueza, ao trabalho,   à família, principalmente, com relação à mulher, que hoje é vítima do famigerado feminicídio -- inexistente no passado.

 



     

             

 

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