domingo, 19 de maio de 2013


                         SOBREVIVÊNCIA NA SELVA

         




          Diminui a cada dia a alegria e prazer de viver nesse nosso mundo, tanto que nos sentimos estressados. De onde vem esse desânimo, esse estresse? Principalmente da violência que faz vítimas como se estivéssemos na selva, as pessoas agindo e reagindo aos perigos de ataques das feras. E podemos estar mesmo numa selva, igual aos ancestrais, que   sobreviveram mais pelo instinto que pela razão. Em nós o instinto de preservação atiçado, a racionalidade quase nula. A história humana é de luta pela sobrevivência, para salvar a própria vida e assim preservar a espécie, contando muitas vezes com a sorte.
       Somos como qualquer outro animal, mas bem diferentes, pois, se a natureza nos dotou do instinto, também nos fez possuir a razão. Às alternativas de lutar ou fugir, própria dos animais e mesmo dos nossos ancestrais, foi acrescida a de agir com lógica, refletir sobre tais e quais situações em busca da melhor solução. A nossa psicologia equipada para viver no mundo moderno. Mas até que ponto as coisas vão além das nossas forças? Vence o mais forte — é a lei da natureza, sob a qual viveram os  seres humanos mais primitivos. A mesma lei que rege o mundo, na atualidade, que parece mesmo é não ter lei.
        Agimos, ou reagimos como seres não civilizados, resquícios que carregamos conosco. Se não somos mais selvagens, e sim educados, instruídos, espiritualizados, com o que domamos nossos instintos, significa que devíamos ter uma vida menos estressante que nossos ancestrais, que não tinham esses recursos. Reunidos em comunidades, em cidades, onde a cooperação das pessoas possibilita uma vida mais confortável, mais segura. Mas não é o que acontece, continuamos estressados.
          Onde estamos parece que a selva está junto. Que pior selva que a do trânsito? Um instrumento maravilhoso que é o carro, para dar o maior prazer, e se tornou arma mortífera no trânsito caótico das grandes cidades. Sem ter como fugir, parece que soçobramos. O olhar de fera dos carros, verdadeiros tanques de guerra, dos caminhões, dos ônibus, como dinossauros, que temos de conviver quando saímos de casa. Verdadeiras feras, só que domadas, ou mesmo simplesmente feras quando há um selvagem dirigindo. E acontece as batidas com morte, os atropelamentos, além de outros imprevistos como os assaltos. Estamos ainda na selva, outra selva, mas selva. Ruas e estradas esburacadas e mal sinalizadas, praças abandonadas, que coisa mais selvagem! E a tudo sobrevivemos, mas nos esgotamos a cada dia, perdendo muito do prazer e da afeição pela vida. Não há coisa mais triste! 
     
      

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