segunda-feira, 20 de maio de 2013


                O PRAZER DE VIVER




Diante das vitrines do shopping pessoas com os olhos grudados nos produtos expostos, ao mesmo tempo que falam ao celular, sempre dispostas a consumir, a se comunicar. Os consumidores em doces e suaves emoções, quase no nirvana, a apreciarem a beleza, vendo com simpatia a feiura, em locais artificialmente iluminados, embalados ao som de uma   tecnologia cada vez mais sofisticada, o que é uma benesse. Observa-se uma santa indiferença em cada um que visita  o chamado templo de consumo,  que tentam viver da melhor maneira possível e, se possível, serem felizes. Uma filosofia de vida que mescla epicurismo, estoicismo e também, ceticismo. Se o prazer como dizem os sábios da antiguidade grega é ausência de perturbações da alma, nada melhor que passar uma tarde zanzando pelo shopping.
O homem moderno que conta ainda com a televisão, o computador e o cinema, meios de comunicação, onde gasta preciosas horas, também na leitura de best-sellers, de revistas de fofocas, isso com a inocência de crianças mimadas, mas sempre insatisfeitos em suas buscas incessantes, até mesmo insensatas, como estourar o cartão de crédito. Sem a paixão e respectiva compaixão, que daria nobreza ao homem, valendo mais a pena deixar as coisas acontecerem, a vida fluir. Todos artificialmente ligados, ou desligados de tudo, como nos encontramos, nos encantamos, mas também nos desencantamos e desencontramos.
 Uns que esbanjam nas lojas, outros que esbravejam sem parar pelas redes de relacionamento. E há os que se anulam. Sempre o o sonho humano de se viver melhor e mais confortável, o que se exige do mundo em que vivemos da ciência e tecnologia crescente. Pior é cair nas garras da irracionalidade que pululam por aí como fantasmas, a destruir o pouco de felicidade que se possa ter, até matar prematuramente.  As pessoas atiçadas pela medo e pela dúvida, pois a vida na insegurança leva as pessoas, como as classes sociais, a se digladiarem.
Os ruídos que se escuta deixam de ter conceito, mas vozes de adultos alegres, de jovens sem preconceitos absurdos. Se a sociedade é injusta, as individualidades tornam-se negativamente temerosas, em vez de positivamente atuantes e criativas. Aconteceu no passado e que não se repita na atualidade, os fanatismos delirantes, conquanto falte o principal que é o sentimento de fraternidade que a razão endossa.  O prazer que não se torne fim último, nem a vida se afogue na contingência, sem saída, quando se perderia a capacidade de ser feliz. O que levaria ao fracasso pessoal,  coletivo, por conta da miséria, mas também em meio da riqueza.


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