segunda-feira, 6 de maio de 2013


               UMA NOVA RAINHA PARA A HOLANDA: MÁXIMA





A monarquia constitucional holandesa acaba de coroar o rei Willem-Alexander dos Países Baixos, o que acontece tradicionalmente na Nieuwe Kerk, em Amsterdam. Sua consorte nasceu longe da monarquia, do outro lado do mundo, na Argentina, sob regime nada democrático e com parentes envolvidos nas ditaduras de seu país, o que foi relegado. Máxima é economista, exercia um cargo importante quando conquistou o coração do príncipe que, além da inteligência e personalidade, foi seduzido por sua figura feminina de rara beleza. Não resta dúvida que ele tinha ambição quanto ao casamento, levar para sua pátria uma mulher à altura daquelas que o precederam no trono por mais de cem anos, as rainhas Guilhermina, Juliana, e sua mãe, Beatrix, que abdicou em favor do filho. A rainha mãe mereceu elogios pelo  reinado e posição que assumiu ao sair do palco em tempo de poder assistir a coroação do filho e ver sua eleita ser aclamada com entusiasmo pelos súditos, orgulhosos do casal real. O novo rei tem por herança a coroa, mas a vocação de reinar parece ser de Máxima, acreditam seus ardorosos fãs, que aplaudem essa figura feminina capacitada para ajudar o rei na função de reinar.
A Holanda é um país radicalmente liberal, democrática, que mantém a realeza, justamente para equilibrar tradição e progresso. Lembramos a figura do famoso artista flamengo, Vermeer, extraordinário gênio do Século de Ouro da pintura holandesa. Refiro-me ao quadro “A Mulher da Balança”, bela e serena figura feminina, que parece ter saído da tela para a vida real.  O azul das vestes da rainha Máxima na coroação, certamente teria agradado Vermeer, os vários tons de azul sempre presente em suas pinturas. O rei Willem-Alexander parecia pouca à vontade com o tradicional manto da coroação, enquanto a rainha confiante e confortável deslumbrava o mundo. Nada foi por acaso o casamento, nem o cenário armado para a peça de propaganda do reino holandês, papel que Máxima mostrou saber representar muito bem, o que importa para a monarquia. A imagem que a família real holandesa exibe para o resto do mundo é de uma nação que chega ao século XXI esbanjando riqueza e segurança.
Vermeer, em suas pinturas do barroco alegórico, armou cenários para propaganda da excepcional Republica protestante holandesa, onde  exibe mulheres para os novos tempos, e fossem aquilatados os reais valores por elas representados. Deu destaque ao empreendedorismo comercial, e ao potencial feminino, tanto das princesas e damas da nobreza e burguesia, quanto das mulheres do povo, todas dedicadas aos seus ofícios, no sentido de progresso individual e social . O futuro veio confirmar a profecia do mestre da pintura, quanto ao poder feminino na Holanda, cuja monarquia, menos excepcional e mais universal, foi instaurada no século XIX, como agente de reunificação nacional após a ocupação napoleônica, contando com rainhas de excepcionais qualidades. A Rainha Guilhermina enfrentou o exílio durante a Segunda Guerra, lutando contra Hitler, o ditador nazista , que ela considerou “arqui-inimigo da humanidade”, declaração dada a Winston Churchill.            

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